Um projeto piloto que destacou a importância da participação do cidadão na gestão municipal trouxe reconhecimento internacional à cidade de Porto Alegre, no sul do Brasil. Tentado pela primeira vez em 1989, o programa de “orçamento participativo” patrocinado pelo BID foi desde então adotado por mais de 180 cidades e municípios brasileiros e diversos países latino-americanos.
A preparação do orçamento com participação da comunidade é apenas um exemplo da eficácia do envolvimento dos cidadãos em projetos de desenvolvimento. Há outros, e todos eles tendem a aumentar a eqüidade social na região, um dos principais objetivos do Banco. Isso levou o BID a aprovar recentemente uma nova estratégia para promover a participação do cidadão nas atividades do Banco. Durante um seminário recente sobre sociedade civil realizado em sua sede, discutiu-se a participação do cidadão e a necessidade de melhorar o diálogo entre governos e comunidades.
“Não há governo eficiente com uma sociedade fraca”, disse Juan Notaro, diretor executivo por Bolívia, Paraguai e Uruguai, durante o seminário. O diálogo com os cidadãos é crucial para o desenvolvimento, observou ele, e “precisamos promover um ambiente de confiança entre os governos e suas comunidades”.
Durante o seminário do BID, prestou-se homenagem à memória de Juan Felipe Yriart, ex-funcionário do Banco e diretor executivo que desenvolveu propostas viáveis para fortalecer a sociedade civil na região. Yriart promoveu a cooperação entre organizações da sociedade civil, instituições multilaterais, governo e empresas. Graças a seus esforços, o tema da sociedade civil foi introduzido na programação do Banco no começo dos anos 1990.
“O desafio reside em dar forma e promover uma cultura cívica responsável dentro da comunidade que fomente tanto a sociedade civil como o desenvolvimento governamental e político”, disse, citando palavras de Yriart, um dos participantes do seminário.