Nova edição da pesquisa do Grupo BID-Felaban indica forte confiança no segmento PMEs, maiores investimentos e empréstimos de maior prazo
A maioria das instituições financeiras da América Latina e Caribe espera um crescimento da carteira de crédito para as pequena e médias empresas (PMEs) no próximo ano, de acordo com uma pesquisa do Grupo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Federação Latino-Americana de Bancos com 106 bancos da região.
A mostra revela a importância que as PMEs tem nas operações dos bancos: a totalidade dos bancos grandes, 87% dos médios e 72% dos pequenos, possuem uma área ou gerência especializada dedicada ao segmento das PMEs. 77% das entidades financeiras espera um crescimento da carteira PME em relação à sua carteira total.
A pesquisa também indica que a confiança no segmento das PMEs se mantém forte. Um indicador novo que surge da pesquisa de 2012 é que 89% dos bancos reporta que está oferecendo empréstimos para as PMEs com prazos superiores a três anos.
Destaca-se o salto no investimentos que os bancos tem feito em publicidade nos meios de comunicação para se aproximarem das PMEs. Neste ano o investimento praticamente foi duplicado em comparação com 2011: 36% em jornais, 32% em televisão e 29% em rádio. O investimento em publicidade na Internet foi de 25%, seis pontos percentuais a mais que o ano passado.
Obstáculos para o crescimento
Ainda que quase dois terços dos bancos preveem um futuro mais próspero para as PMEs em 2012 e 2013, na pesquisa de 2012 o índice de otimismo foi reduzido a 62%, 21 pontos percentuais menos que o registrado no ano anterior. É provável que isso se deva à situação mundial agravada pela crise financeira da Europa e desaceleração econômica da China, algo que estaria impactando negativamente a confiança dos operadores econômicos da região.
Entretanto, a pesquisa também revela que ainda persistem grandes obstáculos para financiar as PMEs, sendo o principal, a informalidade em que operam estas empresas. 56% dos bancos menciona este obstáculos, que representa um alto risco pela falta de informação confiável.
O custo administrativo é outra barreira apontada em 41% dos casos, nas este fator vem se diluindo à medida que aumenta o tamanho dos bancos. Finalmente, 29% dos entrevistados menciona travas relacionadas com políticas dos governos, especialmente as regulações financeiras.
Deve-se destacar que a pesquisa deste ano incorporou, pela primeira vez, perguntas sobre as participação das PMEs administradas ou lideradas por mulheres na carteira dos bancos entrevistados. Os resultados mostram que a maioria dos bancos não dispõem de dados sobre a composição de sua carteira diferenciada por gênero, o que limita realizar ações dirigidas a este segmento.
A pesquisa foi elaborada pela consultora argentina D’Alessio e teve a participação das seguintes unidades do Grupo BID: o Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN), a Corporação Interamericana de Investimentos (CII) e o Departamento de Financiamento Estruturado e Corporativo (SCF), junto à Federação Latino-Americana de Bancos (FELABAN).
Fundo Multilateral de Investimentos
Estabelecido em 1993 como parte do Grupo BID, o Fundo Multilateral de Investimentos ( FUMIN ), apoia o desenvolvimento dirigido pelo setor privado beneficiando os pobres, seus negócios, sua produção e casas. O objetivo é fornecer a pessoas de baixa renda para aumentar sua renda: acesso a mercados e criação de capacidades necessárias para competir nos mesmos, acesso ao financiamento, assim como acesso a serviços básicos, incluindo tecnologias verdes.
Corporação Interamericana de Investimentos
A CII é uma instituição financeira multilateral membro do Grupo BID. Sua missão é promover o desenvolvimento econômico de seus países membros regionais, estimulando o estabelecimento, a expansão e a modernização de empresas privadas, particularmente a pequenas e médias. Para isto proporciona financiamento (em forma de investimentos de capital, empréstimos, garantias e outros instrumentos) e serviços de assessoria a empresas privadas da América Latina e do Caribe. Em 2010, a CII alcançou US$ 1,4 bilhão em ativos e aprovou 49 operações canalizando US$ 374,8 milhões a PMEs na região.
beyondBanking
beyondBanking é um programa do Departamento de Financiamento Estruturado e Corporativo do BID que promove os princípios de sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa entre os intermediários financeiros da América Latina e o Caribe e contribui para a criação do Banco do Futuro, que além de buscar a rentabilidade financeira também quer promover rentabilidade social e ambiental.
FELABAN
A Federação Latino-Americana de Bancos, FELABAN, é uma instituição sem fins lucrativos, constituída em 1965 na cidade de Mar del Plata, República da Argentina. Agrupa, por meio de suas respectivas associações em 19 países do continente, a mais de 500 bancos e entidades financeira da América Latina.