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Os riscos de um surto de capital

Os especialistas prevêem um forte aumento nos fluxos de capital para a América Latina e o Caribe este ano, mas alertam que os países devem construir e manter sólidos sistemas financeiros e melhorar o ambiente institucional para tornar os fluxos sustentáveis.

"Estamos assistindo a uma nova retomada do crescimento ", disse Ricardo Hausmann, economista chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento, aos participantes de um seminário sobre a nova leva de fluxos de capital para a região ("The new wave of capital inflows: sea change or just another tide?") realizado em conjunto com a reunião anual do BID em Nova Orleans. Ele acrescentou que o desafio é evitar outro "ciclo de expansão e quebra".

Hausmann disse que o total de influxos de capital declinou em 1998-99, enquanto o investimento estrangeiro direto (IED) aumentou, chegando a constituir quase 100% dos influxos de capital privado líquido. Embora acredite que o crescimento do IED é positivo, ressalvou sua ocorrência num contexto de declínio dos fluxos de capital globais.

Os países precisam atrair fluxos de capital em carteira, bem como investimento estrangeiro direto, disse Hausmann, acrescentando que o IED tem uma participação maior na composição do investimento nos países em desenvolvimento do que nos países industrializados, em parte porque é considerado como de menor risco.

Ernest Stern, diretor-gerente da J. P. Morgan, disse aos participantes do seminário que o investimento em títulos da América Latina e do Caribe deverá dobrar este ano, refletindo a recuperação da desaceleração de 1999. Quanto ao investimento estrangeiro direto como um todo, ele disse não esperar uma torrente.

Shahid Javed Burki, presidente da EMP Financial Advisers, disse: "Estamos no início de um surto econômico". Previu "uma longa expansão que não será interrompida por quebras sistêmicas". Mas advertiu que os países não serão beneficiados se "se desviarem do caminho" e deixarem de adotar ou manter políticas financeiras sólidas.

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