Seminário na Bahia mapeia epidemia de doenças crônicas na América Latina e no Caribe
Intervenções precoces e melhora nos cuidados primários de saúde poderia evitar mais de seis milhões de internações anualmente na América Latina e no Caribe devido a doenças crônicas como o câncer e a diabetes, mostra um novo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Isso funciona para 16% do total de internações regionais, ou quase uma em cada seis pessoas que dão entrada em hospitais por causa de doenças crônicas.
O estudo foi apresentado no seminário “Doenças Crônicas, Cuidados Primários de Saúde e Desempenho do Sistema de Saúde: Diagnóstico, Ferramentas e Intervenções”, financiado pelo BID em colaboração com o Governo da Bahia e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), entre os dias 6 e 8 de dezembro.
O evento reuniu gestores públicos, organizações internacionais e os principais pesquisadores da América Latina e do Caribe, Estados Unidos e Europa para discutir soluções para os desafios do crescimento das doenças crônicas e compartilhar suas melhores práticas e lições aprendidas.
Doenças crônicas, como as doenças cardiovasculares, o câncer e o diabetes são agora as principais causas de morte e doenças na América Latina e no Caribe, responsáveis por 68% das mortes e 60% da invalidez decorrente de dietas menos saudáveis, falta de exercício físico e obesidade. As classes menos favorecidas são as mais vulneráveis em decorrência dos fatores de risco como o acesso limitado à triagem e aos serviços de tratamento e menos capacidade de lidar com as consequências financeiras das doenças crônicas.
O estudo do BIDafirma que a maior parte das mortes causadas por doenças crônicas podem ser evitadas. Até 80% dos casos de doenças do coração, derrame e diabetes tipo II poderiam ser prevenidos ao eliminar os fatores de risco comuns como o fumo e a bebida, além da promoção de uma alimentação saudável e da prática de exercício físico. Cuidados primários também provaram ser altamente eficazes na prevenção através da gestão dos fatores de risco por meio de medicamentos e aconselhamento.
A prevenção avançada e o bom desempenho do sistema de atenção primária à saúde pode reduzir drasticamente o número de hospitalizações e contribuir para a promoção de populações mais saudáveis e produtivas, bem como de sistemas de saúdes mais equitativos e eficientes, concluiu o estudo
Um segundo estudo sobre os países de baixa e média renda, incluindo Argentina, Brasil, Colômbia e México, publicado no Lancet, estima que US$ 85 milhões da produção econômica serão perdidos por doenças cardíacas, derrame e diabetes, entre 2006 e 2015 nos 23 países que foram analisados. A diabetes sozinha custa cerca de US$ 10 bilhões por ano para a América Latina e o Caribe.