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COVID-19 agrava queda de exportações latino-americanas

  • A queda no valor das exportações da região deverá ficar próxima a 30% em abril

A queda no valor das exportações da América Latina chegou a 3,2% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento que analisa o desempenho comercial de 15 países da região.

Esse resultado dá continuidade a tendência de queda observada desde o início de 2019 - ano em que as exportações da região caíram 2,2% - e já reflete os primeiros efeitos da crise econômica desencadeada pela pandemia de COVID-19.

A redução da demanda global atingiu tanto os preços quanto o volume das exportações, de acordo com a última edição da série Estimativas de Tendências Comerciais da América Latina e Caribe.

Os fluxos de exportação intrarregionais entre os países da América Latina, que caíram -8,6%, foram o principal fator de retração no primeiro trimestre, seguido pelas exportações para a União Europeia (-7,1%) e para os Estados Unidos (-1,0%). As vendas para o mercado chinês, que nos últimos anos vinha sendo o principal motor do setor externo da ALC, tiveram sua trajetória de crescimento interrompida (-0,1%). O restante da Ásia foi o único fator de expansão para as exportações latino-americanas.

A queda no valor das exportações da região deverá ficar próxima a 30% em abril, em relação ao ano anterior, e a tendência descendente persistirá pelo menos até junho de 2020, segundo estimativas do BID.

Tabla portuguésTaxa de variação interanual, percentual, 2019 e 1T 2020

“Olhando para o futuro, a região enfrenta uma contração nas exportações mais profunda do que a do Grande Colapso do Comércio de 2008-2009, quando as vendas externas caíram a uma taxa média de 24% em 13 meses”, disse Paolo Giordano, economista-chefe do Setor de Integração e Comércio do BID e coordenador do estudo.

O volume de exportações da região registrou uma queda interanual estimada de 1,2% no primeiro trimestre de 2020, após um crescimento de 0,5% em 2019.

Preços das exportações

A retração da demanda global derrubou os preços das principais commodities exportadas pela região.

O preço do petróleo amargou uma queda interanual de 32,0% entre janeiro e abril de 2020, devido ao acúmulo de estoques causado pela redução geral da demanda.

Outros produtos que registraram retração de preços nesse período incluem o cobre (-11,9%), a soja (-2,2%) e o café (-4,4%). O minério de ferro foi o único dos principais produtos de exportação da região cujo preço aumentou no primeiro trimestre (2,9%).

Desempenho por região

A América do Sul, cujas exportações estão concentradas em commodities e onde a China é um parceiro central, foi a primeira sub-região a sofrer o contágio do canal comercial. Suas exportações sofreram um declínio interanual de 7,6%, depois de terem caído 6,2%, em média, em 2019.

A desaceleração interanual das exportações da Mesoamérica - de 2,5% em 2019 para 1,3% no primeiro trimestre - refletiu a menor taxa de crescimento das vendas externas do México (0,6%).   Enquanto isso, as exportações da América Central apresentaram uma aceleração notável, que vinha sendo observada desde meados de 2019, registrando um aumento interanual de 9,1% no primeiro trimestre de 2020. No entanto, em ambos os casos, a partir de março observa-se uma tendência de queda, explicada principalmente pelo declínio da demanda dos Estados Unidos.

Por sua vez, as importações totais da região caíram 4,0%, evidenciando o aprofundamento da retração da atividade econômica em diversos países da região, devido à crise de saúde e às políticas aplicadas para contê-la.

O relatório foi preparado pelo Setor de Integração e Comércio do BID e seu Instituto para a Integração da América latina e Caribe (INTAL).

Sobre o Grupo BID

O Grupo BID é a principal fonte de financiamento para o desenvolvimento na América Latina e no Caribe. O grupo ajuda a melhorar vidas fornecendo soluções financeiras e conhecimento sobre desenvolvimento para clientes do setor público e privado. O grupo é formado pelo BID, que trabalha com governos há 60 anos; BID Invest, que colabora com o setor privado; e o BID Lab, que experimenta maneiras inovadoras de impulsionar um crescimento mais inclusivo.

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