Se as coberturas da televisão servem como indicação, as catástrofes nos países em desenvolvimento ocupam apenas pouquíssimo tempo da atenção do mundo.
Mas eram visíveis as provas de solidariedade e preocupação com as vítimas do furacão Mitch muito depois que os noticiários passaram a tratar de outras matérias. Milhares de toneladas de alimentos, remédios e roupas, juntamente com todo tipo de especialistas em socorros, foram enviados pelos governos da Ásia, da Europa e do Hemisfério ocidental.
Mais impressionante ainda foi a efusão de caridade de indivíduos e organizações privadas. Os registros mantidos por algumas das maiores organizações de caridade e assistência indicam que a resposta ao Mitch não teve precedentes. Em meados de dezembro, por exemplo, a Cruz Vermelha Americana em Washington, D.C., tinha recebido US$18 milhões em doações para as vítimas do Mitch, o que lhe permitiu montar o que um porta-voz chamou do maior esforço internacional de socorro da história da organização. Embora os números oficiais não estejam disponíveis, acredita-se que outras dezenas de milhões de dólares tenham sido doadas a outras associadas da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho no mundo todo.
O Serviço Católico de Assistência, membro norte-americano da rede Caritas de organismos católicos de assistência, recebeu doações para as vítimas do Mitch no total de US$12,6 milhões só no mês de novembro. Em meados de dezembro, a Caritas da Espanha tinha recebido US$40 milhões, a Caritas da Alemanha US$10 milhões e a Caritas do Canadá perto de US$4 milhões.
As doações foram feitas por correio eletrônico, fax, telefone e - talvez pela primeira vez nessa escala - pela Internet. A CARE International, organização de assistência baseada nos EUA, habilitou o seu site na Web para aceitar doações on-line com cartão de crédito e recebeu US$10.000 por dia durante a semana que se seguiu ao furacão.