Em 1o de agosto, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) fechou a maior operação de gestão de passivos já realizada com seus clientes. A iniciativa permitiu que os mutuários aproveitassem taxas de juros historicamente baixas, estabelecendo taxas fixas.
No total, 41 acionistas e instituições com garantias governamentais que possuem empréstimos com o Banco aceitaram a oferta e converteram US$ 26 bilhões de dívidas em aberto – mais da metade da carteira de empréstimos total do BID – a novas taxas de juros e/ou dólares.
A participação total foi de 76% dos US$ 34,8 bilhões em empréstimos qualificáveis para a oferta. O BID fez emendas em 518 contratos de empréstimo em sua carteira para alterar as taxas de juros e a moeda onde fosse aplicável.
“A Oferta de Conversão é parte de uma estratégia mais ampla do BID para proporcionar a seus mutuários um maior acesso a instrumentos financeiros padrão do mercado, a fim de que eles possam administrar melhor os riscos de taxa de juros e cambial associados à sua dívida com o BID”, disse o diretor financeiro Edward Bartholomew. “O BID tem o compromisso de trabalhar em estreita colaboração com seus países membros e outros mutuários para oferecer operações financeiras que atendam da melhor maneira as suas necessidades. Os que não puderam participar da conversão deste ano terão outra oportunidade em 2010.”
O BID é o maior emprestador multilateral para a América Latina e o Caribe. A Oferta de Conversão está de acordo com a estratégia de oferecer aos mutuários maior acesso aos instrumentos financeiros mais comumente usados no mercado, de forma a atender objetivos de gestão de ativos/passivos.
A oferta aumentará a transparência e facilitará a gestão da dívida para os mutuários do Banco por lhes permitir administrar diretamente a exposição cambial e de taxa de juros de sua dívida. As novas taxas de juros sobre os empréstimos refletirão plenamente os custos de financiamento do BID e a operação não afetará o resultado final do Banco.
A oferta permite que países e instituições com empréstimos com garantia soberana convertam empréstimos com “taxa ajustável” a empréstimos com taxa fixa ou atrelada à London Interbank Offered Rate (Libor) de três meses em dólares, ou uma combinação de ambos. Taxas de juros ajustáveis, introduzidas pelo BID mais de uma década atrás, dificultam a previsão e a proteção cambial para os clientes, porque refletem o custo do pool de empréstimos do BID. Taxas ajustáveis eram usadas em empréstimos pelo Sistema do Fundo Comum de Moedas e pelo Mecanismo Unimonetário do BID.
Através da utilização de taxas de juros fixas ou baseadas na Libor, os mutuários poderão prever melhor o custo de sua dívida com o Banco e fazer um uso mais eficiente de instrumentos financeiros prontamente disponíveis para amenizar seus riscos de taxas de juros e cambial. Além disso, a oferta dá aos países a oportunidade de combinar os financiamentos do BID com recursos de outras fontes no mercado, o que também ajuda a reduzir alguns tipos de riscos.