RIO DE JANEIRO – O 5º Fórum Interamericano da Microempresa, encerrado nesta cidade brasileira, conseguiu apontar alternativas e novas perspectivas para o desenvolvimento desse setor econômico que emprega mais de 110 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe, segundo os organizadores.
O evento, organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e o Banco do Nordeste, reuniu nos três dias mais de 2.000 participantes.
“Nosso principal desejo é que os temas aqui discutidos possam produzir muitos frutos daqui por diante para o crescimento do setor”, disse Waldemar W. Wirsig, representante do BID no Brasil.
O chefe da Divisão de Micro, Pequena e Média Empresa do BID, Álvaro Ramírez, acrescentou que os resultados da reunião foram ótimos, tanto pelo número de participantes bem como pelos temas tratados e a forma como foram abordados.
Durante o quinto encontro, que deu prosseguimento aos foros realizados no México, Buenos Aires, Barcelona e Santo Domingo, discutiu-se o que podem fazer os países da região para criar um ambiente favorável para o desenvolvimento da microempresa.
Entre outros temas foram analisados os avanços na regulamentação das microfinanças, o empreendedorismo na América Latina, o comércio eletrônico para pequenos negócios, a comercialização para as microempresas, o papel do cooperativismo nas microfinanças e a desburocratização de registros de empresas.
O vice-ministro da Micro, Pequena e Média Empresa guatemalteco, Edmundo Nanne, convidou os participantes para o sexto fórum, que vai se realizar no próximo ano na Guatemala.
A presidente do Conselho da Comunidade Solidária, a primeira-dama Ruth Cardoso, fez uma apresentação especial dos programas da sua pasta. O secretário-geral da UNCTAD e ex-ministro da Fazenda do Brasil, Rubens Ricúpero, foi o moderador de um painel sobre promoção de redes empresariais.
O evento também teve como palestrantes e moderadores economistas, acadêmicos e líderes destacados no campo das microfinanças. Participaram das sessões representantes de governos, ONGs, bancos comerciais, cooperativas, fundações filantrópicas, fundos de investimento, firmas de consultoria, agências de cooperação e instituições multilaterais.
Como parte do fórum, o presidente do BID Enrique V. Iglesias entregou os prêmios anuais do Banco a instituições e pessoas que se destacaram pelo apoio ao desenvolvimento da microempresa na América Latina e no Caribe.
A Caja Municipal de Ahorro y Credito de Arequipa, do Peru, ganhou o prêmio de Excelência em Microfinanças para Instituições Regulamentadas. A Fundação para o Apoio da Microempresa (FAMA), da Nicarágua, o de Excelência em Microfinanças para Instituições Não Regulamentadas.
A ONG brasileira Visão Mundial, do Brasil, recebeu o prêmio de Excelência em Serviços de Desenvolvimento Empresarial. Ao presidente do Instituto Ethos de Responsabilidade Social, Oded Grajew, foi concedido o prêmio de Excelência em Empresariado Social.
O BID também assinou convênio de US$ 30 milhões com o Banco do Nordeste para financiar projetos do CrediAmigo, voltado para o desenvolvimento das microempresas do Nordeste do Brasil, uma das regiões mais pobres do país.
O Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin) do BID assinou uma operação com o SEBRAE, o BNDES e a Mercatto para investir até US$ 4,5 milhões em um fundo mútuo de investimento em empresas emergentes de base tecnológica para o Estado do Rio de Janeiro.
O Fumin também assinou uma doação de US$2 milhões para apoiar projeto do SEBRAE que promove o desenvolvimento dos distritos industriais – que são redes de cooperação de empresas – em pólos produtores de móveis de madeira, calçado, confecções e lingerie em quatro estados brasileiros.
Também foram assinados convênios para apoiar a Rede de Instituições de Microfinanças da Guatemala, a Sociedade Cooperativa dos Produtores de Cajú de El Salvador e a Cooperativa Nuevo Horizonte da Guatemala.