
As mudanças climáticas têm um efeito significativo sobre o setor agrícola, agravando sua exposição a perigos naturais por meio do aumento da variabilidade dos padrões climáticos e do aumento da frequência e severidade de eventos climáticos extremos. No caso das fazendas sul-americanas, estima-se que as perdas médias de receita simuladas com as mudanças climáticas em 2100 variem de 12% em um cenário de mudanças climáticas leves a 50% em um cenário mais severo.

As possíveis medidas de adaptação são essencialmente investimentos na redução de riscos e no aumento da resiliência, bem como na transferência de riscos residuais. O seguro agrícola proporciona uma adaptação eficaz e eficiente a longo prazo para riscos não controláveis, como a volatilidade do rendimento induzida pelas alterações climáticas.
Os mercados de seguros agrícolas na região da ALC são, na sua maioria, subdesenvolvidos e têm níveis de penetração muito baixos.

A solução inovadora proposta pela Equipe de Gestão de Riscos para reduzir o impacto das mudanças climáticas na produtividade do setor agrícola é uma parceria público-privada para o seguro de riscos climáticos agrícolas a ser implementada por meio de um fundo de transferência de risco financeiro que facilita o acesso aos mercados de resseguro, reduz os custos dos prêmios de seguro e contribui para o desenvolvimento sustentável dos mercados de seguros agrícolas.

A aplicação deste instrumento foi concebida no âmbito de um quadro abrangente para a adaptação às alterações climáticas e a redução dos riscos (ver gráfico 3) e contempla atividades paralelas para combater as barreiras de mercado que inibem a entrada das companhias de seguros nestes mercados, tais como o reforço das capacidades técnicas locais e a melhoria da disponibilidade de informações para avaliar os riscos agrícolas.

Atualmente, o desenho e a implementação desta solução estão sendo implantados em dois países, Colômbia e Bolívia. Para o caso da Bolívia, o Projeto Piloto de Resiliência Climática (PPCR) comprometeu um empréstimo concessional de US$ 10 milhões na segunda rodada de Acesso a Financiamento Competitivo ( BO-X1012 ), onde a proposta foi classificada em primeiro lugar pelo painel de especialistas independentes. Esses recursos são complementados por cerca de US$ 2 milhões em subvenções de assistência técnica do BID e do Fumin e outros US$ 0,5 milhão do governo suíço. Para a Colômbia, uma doação de US$ 18 milhões está sendo obtida do Fundo Verde do Clima com US$ 2 milhões de recursos de contrapartida do governo colombiano.
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