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Projeto do BID Lab, ACNUR e ONG A CASA apoia venezuelanas indígenas Warao

  • PROJETO VISA APOIAR POPULAÇÕES INDÍGENAS REFUGIADAS E MIGRANTES DA VENEZUELA NO BRASIL POR MEIO DA ESTRUTURAÇÃO DE CADEIA DE VALOR PARA SEUS ARTESANATOS. 
  • INICIATIVA DESTINARÁ AO TODO US$ 540 MIL PARA O PROJETO, BENEFICIANDO CERCA DE 680 INDÍGENAS WARAO DIRETAMENTE E INDIRETAMENTE EM PACARAIMA, BOA VISTA E MANAUS. 

 

Com o objetivo de apoiar as populações indígenas refugiadas e migrantes venezuelanas no Brasil, o laboratório de inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID Lab, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a ONG A CASA Museu do Artefato Brasileiro fecharam parceria para desenvolver projeto de cooperação técnica que beneficiará aproximadamente 680 indígenas do grupo étnico Warao em três cidades dos Estados de Roraima  e Amazonas: Pacaraima, Boa Vista e Manaus.  

A iniciativa tem como foco especial as mulheres Warao e a melhoria de sua renda por meio do aumento e qualificação da produção de seus artesanatos, promovendo a organização e formalização da cadeia de valor e facilitando o acesso a matérias-primas, formação e articulação com os mercados. Trata-se de um projeto inovador porque é o primeiro que busca estruturar a cadeia de valor do artesanato de uma comunidade indígena venezuelana establecida no Brasil.  

O projeto envolverá órgãos ambientais públicos para garantir a coleta de fibra de buriti em áreas públicas e próximas às comunidades indígenas e abrirá caminhos para conectar essas comunidades com novos mercados por meio de formas inovadoras, como marketplaces para venda de artesanato. O projeto buscará organizar a comunidade de mulheres artesãs Warao em associações e estabelecer critérios de padronização da produção do artesato, permitindo um aumento da produção e da qualidade do artesanato com o consequente aumento de renda e de estabilidade para essas mulheres e suas famílias, o que nunca foi feito. 

“No mundo atual, onde uma parcela da população se encontra em trânsito, incentivar a produção cultural é um meio eficiente de espelhar sua identidade e permitir que vivam dignamente. Certamente, ficamos honrados em poder utilizar a nossa expertise para contribuir com uma causa humanitária de tamanha magnitude”, afirma Renata Mellão, diretora do A CASA Museu.

“Essa iniciativa é pioneira porque, por um lado, atende uma necessidade urgente de apoiar na estabilização e criação de oportunidades para a inclusão económica de uma comunidade que enfrenta um alto grau de vulnerabilidade”, afirma o Representante-adjunto do ACNUR no Brasil, Federico Martinez. “Mas acima de tudo, porque o projeto reconhece o papel que essas comunidades desempenham na preservação de conhecimento, tradições e identidade ancestrais, através de uma abordagem de auto-organização comunitária que permite articular laços culturais e empoderar mulheres Warao ao longo do processo”. “Estamos muito entusiasmados por emprender esta parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, A CASA Museu, e com um grupo expressivo da comunidade Warao no país”, completa.

Segundo o representante do Grupo BID no Brasil, Morgan Doyle, ao unir sustentabilidade e inovação, o programa se alinha à Visão 2025 do Grupo BID – estratégia para recolocar América Latina e Caribe na rota do crescimento sustentável e inclusivo. “Estima-se que o Brasil tenha recebido mais de 260 mil refugiados e migrantes venezuelanos, e esse projeto vem justamente para oferecer uma solução inovadora que valoriza a cultura dessas pessoas ao passo que também assegura a estabilidade financeira e melhores condições de vida”, ressalta. 

Saiba mais:  

O projeto é resultado do Desafio BetterTogether Challenge / JuntosEsMejor (uma iniciativa global promovida em 2020 pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e BID Lab, para reunir, financiar e dimensionar soluções inovadoras em todo o mundo para apoiar migrantes venezuelanos e suas comunidades anfitriãs na região) e buscará estruturar uma cadeia de valor artesanal focada em 3 aspectos centrais: 

(i) Mobilização e organização social das artesãs.  Duas associações de artesãs serão criadas com o propósito de formalizar a atividade realizada pelas mulheres Warao e viabilizar maior autonomia para gerir e comercializar os artesanatos seguindo a legislação brasileira. Ademais, com a criação das associações, as artesãs poderão acessar novos mercados e a oportunidades como microfinanciamento e benefícios; 

(ii) Capacitação em empreendedorismo e produção de qualidade e padronizada - complementar 

(iii) Estruturação da cadeia de valor do artesanato - complementar 

Sobre o Museu A CASA:

O Museu A CASA do Objeto Brasileiro é uma instituição cultural sem fins lucrativos, fundada em 1997 pela economista Renata Mellão. Tem como objetivo valorizar a identidade brasileira e seu patrimônio cultural por meio do fazer artesanal. Atualmente, é referência na realização de projetos de valorização do fazer artesanal e estruturação de sua cadeia de valor. Além disso, realiza exposições, feiras, debates, produção de livros e premiações, sempre tendo o artesanato e o feito à mão como foco principal.

Sobre o ACNUR:

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é uma organização dedicada a salvar vidas, proteger os direitos e garantir um futuro digno a pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e comunidades devido a guerras, conflitos armados, perseguições ou graves violações dos direitos humanos. Presente em 135 países, o ACNUR atua em conjunto com autoridades nacionais e locais, organizações da sociedade civil e o setor privado para que todas as pessoas refugiadas, deslocadas internas e apátridas encontrem segurança e apoio para reconstruir suas vidas.

Additional Contacts

Melissa Sendic

Melissa Sendic

Lopez Gross,Juan Pablo Elias

Lopez Gross,Juan Pablo Elias
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