FORTALEZA, Brasil – O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento saudou hoje, aqui, onde se encontra por ocasião da 43ª Assembléia Anual do BID, o Dia Internacional da Mulher.
“A mulher é protagonista do crescimento da América Latina e do Caribe. Nós a encontramos em plena atividade no lar, na liderança comunitária e política, nas escolas, na produção e no comércio”, disse Iglesias. “Em suas mãos estão 60% da produção de alimentos na região e, em muitos países, elas representam quase 80% dos microempresários.
Entretanto, ainda existem barreiras que impedem o pleno pelo desenvolvimento de seu potencial”.
“Ao derrubar as barreiras de gênero, o BID ajuda as mulheres a ocuparem seu lugar de direito como protagonistas do progresso de seus países”, afirmou. “Estou orgulhoso do aumento contínuo do número de projetos financiados pelo Banco que asseguram a participação e promovem a liderança feminina, porque já não se pode mais pensar em uma transformação econômica e social sem que se compreenda o papel central desempenhado pelas mulheres”, acrescentou.
O Banco criou, em 1987, uma Política da Mulher no Desenvolvimento, a fim de apoiar os países membros no processo de integração da mulher no crescimento regional, por meio de seus programas de empréstimos e cooperação técnica.
A fim de apoiar e sistematizar essas atividades, bem como identificar novas iniciativas que beneficiassem a mulher foi criada, em 1994, a Unidade da Mulher. Especialistas do BID têm colaborado, desde então, com os governos e a sociedade civil na identificação de oportunidades para a mulher em todas as áreas de ação do Banco, com especial atenção aos setores social, agrícola e de desenvolvimento rural, habitação e desenvolvimento urbano, gestão pública e democracia, apoio a receitas e à produtividade, fundos de investimento social e reassentamento.
O Banco promoveu, igualmente, a liderança e a participação da mulher, a capacitação profissional em áreas não tradicionais, o combate à violência doméstica, o desenvolvimento de e a assistência precoce a crianças, dentre outras iniciativas. Reconheceu, também, a importância da integração da mulher em todas as etapas dos projetos, com vistas a um maior impacto social e ao cumprimento das metas de redução da pobreza na América Latina e no Caribe.
Em 1998 o BID aprovou dois empréstimos destinados, especificamente, ao desenvolvimento da mulher, por iniciativa dos países: um de apoio à participação econômica da mulher, da Colômbia, e o programa federal para a mulher, da Argentina.
O BID confirmou sua liderança na promoção da mulher ao destacar, ainda, no período 1997- 1998, trinta projetos constantes de sua carteira, que se sobressaíram por integrar plenamente a perspectiva de gênero à programação do BID, resultado da ação conjunta das equipes do Banco, dos governos e de especialistas dos países.
Três dessas iniciativas, consideradas de alto nível técnico, receberam posteriormente um prêmio destinado aos melhores projetos elaborados com base em uma perspectiva de gênero: o programa de assistência a crianças e adolescentes em situação de risco (Argentina), o programa de assistência integral a crianças menores de 6 anos (Bolívia) e o programa federal da mulher (Argentina).
Dentre as características desses programas, identificadas com base na política do BID para o setor, destacam-se: a inclusão de uma análise detalhada do papel socioeconômico da mulher; a identificação de barreiras à participação da mulher em um projeto e a adoção de medidas para reduzi-las; a descrição da forma pela qual as mulheres participarão ativamente de sua implementação; e a inclusão de instrumentos de avaliação e monitoramento desses temas.
Um programa para promover a liderança da mulher na boa gestão pública na América Central foi lançado no final do ano 2000, com vistas a apoiar as mulheres em posições de destaque e preparar aquelas com potencial para cargos de gerência na vida pública e privada nos níveis nacional, regional e comunitário.
Mais de 100 líderes políticas das Américas reuniram-se posteriormente em Waashington, D.C., em busca de soluções criativas para os problemas econômicos e sociais mais prementes, em um diálogo patrocinado pelo BID, pelo Diálogo Interamericano e o Centro Internacional de Pesquisas sobre a Mulher, e pela Conferência das Américas sobre Liderança da Mulher.
“Reiteramos neste importante Dia Internacional da Mulher o desejo do BID e dos países da América Latina e do Caribe de trabalhar pelo pleno desenvolvimento e pela total participação da mulher, que é a base para o desenvolvimento integral de toda a região”, concluiu Iglesias.