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Os países pobres endividados precisam de mais recursos para enfrentar a crise mundial e alcançar os objetivos de desenvolvimento

DOHA, Qatar – Representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial, de outros bancos de desenvolvimento regionais, de países doadores e países pobres receptores de doações e de organizações da sociedade civil expressaram suas preocupações com o impacto adverso que a crise financeira mundial está tendo sobre o progresso que esses países já obtiveram para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Os países pobres muito endividados (PPME, ou HIPC na sigla em inglês) precisarão de recursos adicionais para contrabalançar o efeito da crise financeira mundial e devem trabalhar com instituições de desenvolvimento internacionais para encontrar novas maneiras de garantir esses recursos, concluíram os participantes de um evento paralelo da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento.

A intervenção do Banco centrou-se no efeito da crise financeira mundial sobre os avanços dos PPME no sentido dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Os debatedores concluíram que as iniciativas de alívio da dívida tiveram um efeito positivo sobre as nações pobres muito endividadas, mas que esses efeitos estão enfrentando reversões como resultado da crise de alimentos e gasolina e sofrerão um impacto ainda maior devido à crise financeira mundial.

O BID participou de um evento paralelo em 30 de novembro que examinou as recomendações do Consenso de Monterrey de 2002, o qual definiu compromissos de auxílio ao desenvolvimento e medidas de alívio da dívida, entre outros acordos.

Fontes externas adicionais foram consideradas mais importantes do que nunca para ajudar os países pobres endividados a lidar com as condições voláteis do comércio exterior e com a contração global da demanda e para estimular o progresso no caminho para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs).

O BID é o único banco de desenvolvimento multilateral que não recebe reaprovisionamentos por seus recursos concessionais. Dadas as necessidades crescentes de seus países membros de baixa renda, em particular nestes tempos turbulentos, o Banco está desenvolvendo uma estratégia de médio a longo prazo para assegurar a sustentabilidade de seus fundos de doações. Os governadores do Banco devem discutir a estratégia na primeira metade do próximo ano, incluindo alternativas para aumentar os recursos concessionais.

A Conferência da ONU sobre o Financiamento ao Desenvolvimento reuniu chefes de Estado, ministros de Estado, instituições financeiras internacionais, agências de desenvolvimento e representantes da sociedade civil e do setor privado para avaliar o progresso obtido nas ações recomendadas pelo Consenso de Monterrey. Os participantes examinaram os desafios que surgiram desde 2002 – como mudança climática, crises de alimentos e gasolina e a crise financeira mundial – e como esses desafios estão afetando o avanço na direção dos ODMs.

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