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Os desafios de um esforço de superação

Um exame, mesmo superficial, dos povos do Caribe que vivem no continente ou nas ilhas contradiz a homogeneidade que a denominação geográfica da região sugere. Em nenhum lugar isso é mais verdadeiro do que em Trinidad e Tobago, resultado de um amálgama cultural de ameríndios, espanhóis, ingleses, franceses, africanos, indianos (sejam hindus ou muçulmanos), chineses, portugueses, libaneses, sírios e outros povos.

Dessa diversidade, própria de países muito maiores, surgiu uma sociedade cuja arte desafia tradições e acolhe idiossincrasias. A riqueza cultural de Trinidad e Tobago foi recentemente apresentada na Galeria de Arte do Centro Cultural do BID, na mostra A Challenging Endeavor, que revela os desafios e os esforços de superação enfrentados pela arte do país. Constam da exposição aquarelas, telas de um grupo de pintores que atingiram a maioridade antes da independência do país em 1962, obras de autores consagrados e de artistas mais jovens, além de imagens da celebração do Carnaval.

“As artes de Trinidad e Tobago nos últimos 150 anos passaram por transformações em várias situações sem continuidade ou conexão entre si”, escreve o curador do Centro Cultural do BID, Félix Ángel, no catálogo da exposição. “Diferentes fases dessa mutação indicam que as transformações foram ocasionadas às vezes por um ajustamento político, deixando pendentes outras questões sociais. As obras de arte deixadas por muitos ao longo desse caminho irregular, como as que foram selecionadas para esta exposição, são pistas que trazem referências valiosas para a elucidação da cultura de Trinidad.”

Dentro desse espírito, Angel reconhece que a exposição do BID não apresenta um resumo congruente da arte de Trinidad e revela, em vez disso, uma impressão “tão fragmentária quanto tem sido sempre o tecido da sociedade” dessa nação-ilha.

“O exercício das artes em Trinidad e Tobago tem sido para alguns uma experiência prazerosa”, segundo Angel. “Mas para a maioria tem sido um esforço de superação. Embora exija mais pesquisa e ainda não seja valorizado pela maioria como se poderia esperar, esse legado reflete a personalidade intangível do povo de Trinidad e Tobago.”

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