Organizações de 26 países latino-americanos e caribenhos enviaram seus projetos
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anuncia as três organizações vencedoras do Prêmio Juscelino Kubitschek, que reconhece as contribuições de destacados atores na economia e nas finanças, assim como nos temas cultural, social e científico. O prêmio leva o nome do destacado ex-presidente brasileiro (1956-61) que impulsionou a fundação do BID, o primeiro banco de desenvolvimento regional do mundo.
Os vencedores foram anunciados pelo Comitê de Seleção do Prêmio. O Instituto Promundo do Brasil e o Fundo Equatoriano Populorum Progressio do Equador competiram pela categoria Social, Cultural e Científica e na categoria de Economia e Finanças o ganhador foi Fonkoze, do Haiti. Nesta mesma ocasião o Comitê de Seleção do Prêmio decidiu entregar menções de honra ao mérito a três organizações, em reconhecimento a excelência de seu trabalho: Ação Empreendedora do Chile, Fundação PROFIN da Bolívia e Young Marine Explorers das Bahamas.
A quarta edição do prêmio, que acontece a cada dois anos, é baseada em inovação. Foram recebidas aproximadamente 400 propostas, representando organizações de 26 países da América Latina e do Caribe. Cada categoria recebe um prêmio de US$100 mil, que é dividido em partes iguais quando existe mais de um ganhador na categoria. A entrega dos prêmios será realizada em abril de 2016 nas Bahamas, durante a Reunião Anual da Assembleia de Governadores do BID.
Presidido pelo presidente do BID Luis Alberto Moreno, o Comitê de Seleção reuniu-se em Washington nos dias 9 e 10 de novembro. O ex-secretário geral Iberoamericano, Enrique V. Iglesias, atuou como secretário do comitê. Os membros deste ano foram o ex-presidente de Equador Osvaldo Hurtado, o ex-governador do Novo México Bill Richardson, o atual governador do Banco da Espanha Luis Maria Linde, o ex-diplomata das Nações Unidas Paulo Pinheiro, o presidente do Banco Japonês para a Cooperação Internacional, Hiroshi Watanabe, a ex-ministra de Relações Exteriores e Comércio de Barbados, Billie Miller, a coordenadora do Programa Amazônia Contemporânea (Amazon IEA), Maritta Koch-Weser, a escritora Nicaraguense Gioconda Belli e da Colômbia, o assessor da presidência da Fundação Avina, Bernardo Toro.
Sobre os ganhadores
CATEGORIA SOCIAL, CULTURAL E CIENTÍFICA
Instituto Promundo – Brasil
O propósito central do Promundo é promover a igualdade de gênero e a prevenção da violência mediante programas dedicados a diversos grupos que incluem crianças, jovens e adultos, particularmente mulheres. Conta com 18 anos de experiência e opera atualmente em nove países da região incluindo Brasil, Bolívia, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, México e Nicarágua.
No Brasil Promundo já beneficiou um total de 104 mil pessoas, incluindo 2.100 educadores e 4 mil alunos só no programa PEGE (Promovendo a Igualdade de Gênero nas Escolas). Em nível internacional a participação foi de 10 mil profissionais de educação e saúde em 22 países.
Promundo cria, inova e experimenta novas metodologias que são validadas por profissionais de saúde, educação e membros das comunidades, o que garante o êxito de seus modelos/intervenções que logo são replicadas por outras instituições a nível internacional. Seus modelos já foram reconhecidos pela NFPA, UNICEF, Banco Mundial e PNUD.
Fundo Equatoriano Populorum Progressio – Equador
O propósito principal do Fundo Equatoriano Populorum Progresio (FEPP) é impulsionar o desenvolvimento integral de organizações de mulheres e homens do campo (indígenas, afro-equatorianos, montubios, mestiços) e populações urbanas marginalizadas. O FEPP tem 45 anos de existência, coordena seus programas com 2.175 organizações de base e atende a 144 mil famílias que representam aproximadamente 724 mil pessoas em 21 províncias e 92 cantões do país.
É pioneiro e tem gerado um efeito de réplica relevante em matéria de assegurar a propriedade da terra e por seu apoio as microfinanças comunitárias. Graças ao trabalho do FEPP, em todo o país têm surgido estruturas financeiras locais que realizam intermediação financeira, prestam serviços a seus sócios (as) e contribuem para o desenvolvimento local. Está organizado e conectado com 18 redes provinciais e tem constituído uma grande rede nacional, a RENAFIPSE.
Esta organização já recebeu vários prêmios internacionais sobre microfinanças de camponeses pelo PNUD (2003), pela Associação de Empreendimentos Sociais Italianas (2002 e 2004) e pela Presidência da República do Equador (Ordem Nacional ao Mérito).
CATEGORIA ECONOMIA E FINANÇAS
Fonkoze – Haiti
Fonkoze impulsionou a inclusão financeira no Haiti durante os últimos 20 anos. É composto por Sèvis Finansye Fonkoze (SFF), a maior instituição de microfinanças do país, e a Fundação Fonkoze, que presta serviços complementares de educação, saúde e desenvolvimento empresarial aos clientes do SFF e outros membros da comunidade. SFF é uma organização com dupla finalidade: ajudar as famílias e comunidades do Haiti a saírem da pobreza e serem autossuficientes desde o ponto de vista financeiro.
Além disso, SFF assume o compromisso em colocar seus serviços ao alcance das comunidades mais vulneráveis do Haiti, aproveita e integra inovações —como a tecnologia de telefonia móvel— para chegar a mais clientes e construir uma organização totalmente haitiana incorporando os cidadãos do país em sua junta diretiva e em cargos chave de liderança, em sua maioria já desempenhados por haitianos.
Contam com 200 mil depositantes e 60 mil mutuários, sobretudo das áreas rurais, que são atendidos por meio de uma rede nacional. Possui também um papel fundamental para fornecer capital a pequenos empresários e para fomentar a economia e empreendimentos femininos.
Fonkoze desenvolveu a “Boutik Sante”, que é uma iniciativa de franquia social que amplia o acesso aos serviços e produtos básicos de saúde em zonas rurais do Haiti enquanto que ao mesmo tempo serve como uma fonte de ingressos para seus clientes, que se convertem em franqueados.