A introdução do euro como moeda comum em 11 países da União Européia levará a um rápido crecimento do mercado de títulos, criará uma nova moeda-reserva, contribuirá para a competitividade e as perspectivas de crescimento da Europa e terá repercussões positivas em todo o mundo, incluindo os países da América Latina e do Caribe.
Foi esse o consenso entre os líderes financeiros governamentais e do setor privado reunidos no seminário sobre a nova moeda realizado em conjunto com a reunião anual do BID em Paris em março último.
Ao comentar os primeiros 100 dias da nova moeda, o Presidente do BID Enrique V. Iglesias descreveu a introdução do euro como um importante avanço na abordagem da Europa à integração e como um modelo possível para a América Latina.
"Estamos acompanhando de perto o que está acontecendo", disse Iglesias.
Eugenio Domingo Solans, membro do conselho executivo do Banco Central Europeu, classificou o lançamento do euro de "totalmente satisfatório". Disse que o êxito ou o fracasso da moeda não deveria ser julgado em termos de seu valor comparado ao de outras moedas, "mas em termos de estabilidade de preços", que disse ser o "objetivo prioritário".
Charles de Croisset, presidente do Crédit Commercial de France, depois de reconhecer que a introdução do euro resultara em custos de transição altos para o setor bancário, disse que muitas instituições financeiras se veriam tentadas a procurar crescer mediante fusões e aquisições para competir no novo e ampliado mercado financeiro.
A ministra das Finanças da França Dominique Strauss-Kahn disse que o euro abre novas perspectivas para o crescimento na Europa de uma economia "de serviço de alto valor", enquanto Jacques de Larosière, ex-presidente do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento e ex-diretor gerente do Fundo Monetário Internacional, previu um crescimento explosivo do mercado de títulos europeu.
Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Européia, e Roberto Zahler, presidente do conselho da Siemens of Chile S.A., apoiaram ambos a idéia de moedas comuns como objetivo possível que pode ajudar a disciplinar e aprofundar o processo de integração na América Latina e no Caribe. Mas Zahler argumentou que nem a América Latina nem suas respectivas sub-regiões estão prontas para uma moeda comum.