O Banco Interamericano de Desenvolvimento lançou uma série de iniciativas para promover o crescimento do setor privado na América Latina e no Caribe, por meio de financiamentos diretos, garantias, assistência técnica e promoção do comércio exterior.
Durante 2005, a Assembléia de Governadores do BID aumentou seu teto de financiamento de iniciativas do setor privado de US$75 milhões para US$200 milhões por projeto. Em circunstâncias excepcionais, a Diretoria-Executiva do Banco poderá autorizar empréstimos e garantias para projetos do setor privado até um montante máximo de US$400 milhões por projeto.
Os novos limites foram fixados para permitir que o Banco desempenhe um maior papel catalisador, com vistas a atrair novos investimentos para a região.
Durante os dois últimos anos, a maioria dos países membros mutuários do BID firmaram acordos com o Banco para apoiar, em conjunto, uma iniciativa destinada a melhorar o clima de negócios e alcançar maior competitividade nacional por meio de reformas jurídicas e reguladoras, medidas para promover a concorrência, a firme aplicação da governança corporativa e maior acesso a serviços financeiros e de infra-estrutura.
O Escritório do Coordenador do Setor Privado – chefiado por Carlos N. Guimarães desde 1º de janeiro de 2005 – foi criado para coordenar e supervisionar todas as atividades do Grupo BID relacionadas com o setor privado. O Grupo BID é composto pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Fundo Multilateral de Investimentos e a Corporação Interamericana de Investimentos. O Coordenador também atua como principal assessor do Presidente do Banco no que se refere a medidas prioritárias para melhorar a eficácia das operações do setor privado e obter sinergias e a harmonização de produtos, procedimentos e programas.
O Coordenador presidiu o novo Comitê do Setor Privado do Banco, um grupo de trabalho responsável por agilizar o processo de aprovação de projetos e melhorar a capacidade de resposta aos clientes. Também liderou a criação, em 2005, do Conselho Consultivo do Setor Privado, integrado por 40 líderes empresariais de 20 países, que se uniram ao BID para discutir os desafios de desenvolvimento para o setor privado na região e oferecer sua orientação, na medida em que o Banco dá prosseguimento aos seus esforços para apoiar o setor privado.
Departamento do Setor Privado
O Departamento do Setor Privado do BID, criado em 1994, concede empréstimos diretos e garantias para projetos do setor privado, sem garantias governamentais.
Desde o início de suas atividades, o Departamento já aprovou financiamentos para 83 projetos, num total de US$3,7 bilhões, inclusive 63 empréstimos "A" prioritários e 20 garantias do BID. Além disso, o Departamento aprovou US$4,4 bilhões em empréstimos sindicados "B" e co-garantias. Esses projetos mobilizaram mais de US$19,6 bilhões em financiamento total.
Em 2005, o Departamento aprovou US$683 milhões em empréstimos “A” e em garantias para financiar 17 projetos que também foram respaldados por US$221 milhões em empréstimos “B”. Refletindo um aumento no financiamento do comércio, 10 das 11 garantias ao setor privado durante 2005 foram aprovadas no âmbito do Programa de Facilitação do Financiamento ao Comércio Regional do BID, no valor de US$400 milhões, que aumenta a disponibilidade de recursos de curto e médio prazo para exportadores e importadores.
Fundo Multilateral de Investimentos
O Fundo Multilateral de Investimentos, administrado pelo BID, é a maior fonte de assistência técnica para o desenvolvimento do setor privado na América Latina e no Caribe. Desde sua criação, em 1993, o FUMIN já aprovou mais de US$1 bilhão em doações, concessões, investimentos e empréstimos para mais de 800 projetos, com ênfase no apoio a pequenas empresas.
Na Reunião Anual do BID de 2005 realizada em Okinawa, no Japão, os países doadores autorizaram um aumento de US$500 milhões nos recursos do FUMIN, o que permitirá à organização continuar suas operações até 2020. Em 2005 a França, o Haiti, o Reino Unido, a Suécia e a Suíça ingressaram na organização, elevando para 38 o número de países membros.
Em 2005, o FUMIN aprovou financiamentos no valor de US$114 milhões para 130 projetos (inclusive 82 doações), e introduziu dois novos clusters (grupos) de projetos, um para a promoção de iniciativas empresariais dinâmicas e outro para apoiar a competitividade por meio de parcerias público-privadas.
Corporação Interamericana de Investimentos
A Corporação Interamericana de Investimentos (CII) é uma afiliada do BID, cuja finalidade é contribuir para o crescimento de pequenas e médias empresas por meio de empréstimos, investimentos e garantias. A CII aprovou um nível recorde de financiamento durante 2005, num total de US$341,7 milhões para 37 projetos, canalizando recursos para centenas de empresas em 17 países. A Corporação também emitiu o primeiro bônus em moeda local na América Latina de uma instituição financeira multilateral, no qual os recursos obtidos – 150 bilhões de pesos colombianos ou US$70 milhões – foram reinvestidos localmente por meio de empresas de arrendamento financeiro as quais, por sua vez, prestariam serviços às PMEs.