O estudo Climatescope 2015 do Fundo Multilateral de Investimentos do BID e Bloomberg New Energy Finance mostra que a atividade em energia limpa em 2014 ocorreu principalmente em países em desenvolvimento, liderados por China, Brasil e Chile
As nações em desenvolvimento atraíram em 2014 mais investimentos em energia limpa do que nunca, de acordo com o Climatescope 2015, uma avaliação, relatório interativo e índice de atividade em energia limpa por países individuais em 55 mercados emergentes na América Latina e Caribe, África e Ásia.
O Climatescope, lançado hoje, informa que novos investimentos em capacidade de energia limpa nos países pesquisados tiveram um grande aumento em 2014, alcançando um recorde anual de US$ 126 bilhões, o que representa 39% a mais que os níveis de 2013. Pela primeira vez, mais da metade dos novos investimentos mundiais anuais em energia limpa foi para projetos em mercados emergentes.
As principais conclusões do Climatescope são:
- Os dez primeiros: China, Brasil, Chile, África do Sul, Índia, Quênia, México, Uruguai, Uganda, Nepal.
- Crescimento notável na China, que acrescentou 35 GW de capacidade de energia renovável – mais que a energia renovável anual incorporada nos EUA, Reino Unido e França juntos.
- Declínios contínuos nos custos da energia limpa parecem estar impulsionando o crescimento, com os custos associados à energia solar fotovoltaica tendo caído 15% mundialmente no último ano.
- Houve um acréscimo total de 50,4 gigawatts (GW) de nova capacidade de energia limpa nos países pesquisados pelo Climatescope, sendo 7,7 GW na América Latina e Caribe (ALC), marcando um aumento de 21% (25% na ALC) em relação ao ano anterior e superando pela primeira vez a capacidade de energias renováveis implantada em nações mais desenvolvidas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
- A América Latina e o Caribe apresentam uma penetração maior de energia limpa do que qualquer outra região avaliada. No final de 2014, 11% dos 352 GW instalados nessa região eram de projetos de energia de biomassa, eólica, pequenas hidrelétricas, solar e geotérmica. Quando grandes usinas hidrelétricas são incluídas, mais da metade (56%) da energia da região vem de fontes não emissoras de CO2.
- Em vários países na ALC, projetos de energia eólica e solar alcançaram “paridade de rede”, o que significa que são a alternativa de mais baixo custo e melhor para a geração de nova energia.
- As explicações para a alta penetração da energia renovável na ALC incluem recursos naturais excepcionais e um ambiente de políticas públicas favorável que incentiva investimentos em energias limpas.
O Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN) do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Governo do Reino Unido (DFID) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), no âmbito da iniciativa “Power Africa” do Presidente Barack Obama, encarregaram a Bloomberg New Energy Finance (BNEF) de avaliar as perspectivas de tecnologias de energia solar, eólica, pequenas hidrelétricas, geotérmica, biomassa e outras tecnologias não emissoras de carbono (excluindo grandes hidrelétricas). O Climatescope oferece a investidores potenciais informações importantes sobre os países com as maiores oportunidades de investimento em energia limpa.
O Climatescope foi desenvolvido em 2012 pelo FUMIN/BID e a BNEF e, a princípio, concentrou-se exclusivamente em 26 países da ALC. Em 2014, com apoio do DFID e da USAID, foi expandido para incluir 19 países da África e 10 países da Ásia, além de 15 províncias da China e 10 estados da Índia.
A classificação de um país depende de suas políticas de investimento em energia limpa, suas condições de mercado, da estrutura de seu setor energético, do número e composição das empresas locais que trabalham com energias limpas e dos esforços para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O produto final é a mais abrangente fonte de informações para que tomadores de decisões entendam as condições do mercado de energias limpas nessas regiões.
A pesquisa completa está disponível em www.global-climatescope.org, que inclui uma ferramenta interativa para que os usuários localizem informações específicas, dos detalhes mais pormenorizados dos países a análises de setores específicos.
Sobre o BID
O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Criado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e o Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisas de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região. O Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN), membro do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), é financiado por 39 doadores e apoia o desenvolvimento conduzido pelo setor privado em benefício das populações pobres e de baixa renda – seus negócios, suas propriedades agrícolas e suas famílias. O objetivo é lhes dar as ferramentas para ampliar a renda: acesso a mercados e criação de capacidades para competir nesses mercados, acesso a financiamento e acesso a serviços básicos, incluindo tecnologia verde.
Sobre a Bloomberg New Energy Finance
A Bloomberg New Energy Finance (BNEF) proporciona análise, ferramentas e dados exclusivos para tomadores de decisões que estejam procurando impulsionar mudanças no sistema energético. A BNEF tem uma equipe de 200 funcionários em 14 escritórios no mundo inteiro. Os produtos setoriais da BNEF oferecem análises financeiras, econômicas e de políticas públicas, além de notícias e do banco de dados mais abrangente do mundo sobre ativos, investimentos, empresas e equipamentos no campo das energias limpas. Os produtos regionais da BNEF proporcionam uma visão abrangente da transformação do sistema energético por região.