O BID aumentará os empréstimos destinados a programas de reforma do Estado para cerca de US$6 bilhões ao longo dos próximos anos, visando apoiar a modernização do setor público na América Latina e no Caribe, de acordo com o Presidente do Banco Enrique V. Iglesias.
Falando aos delegados na Conferência Internacional Reinventando o Governo, organizada pelo Vice-Presidente dos Estados Unidos Albert Gore, Iglesias afirmou que os países do hemisfério ocidental chegaram à conclusão de que o bom governo é um pré-requisito para o êxito do desenvolvimento.
"Os debates sobre o Estado perderam a acrimônia ideológica do passado", disse ele. "A questão hoje não é se precisamos de mais ou menos intervenção do Estado, mas é sobre a qualidade do governo. Não é um problema de diminuir o papel do Estado, mas encontrar o papel adequado para ele."
Nos últimos quatro anos, o Banco destinou US$5 bilhões em programas de empréstimos para a reorganização, modernização ou descentralização de agências e serviços governamentais essenciais nos países mutuários. Prestou também assessoria aos governos sobre a condução de programas de reforma. Embora o trabalho esteja longe de sua conclusão, os resultados até agora obtidos têm sido animadores, pois burocracias outrora inacessíveis e corruptas se transformaram em ferramentas mais eficazes de governo.
Um dos exemplos é a reforma aduaneira no Peru, apoiada pelo BID. A execução rígida das regras de integridade, a profissionalização do quadro de pessoal e o trabalho com o setor privado para desobstruir áreas congestionadas fizeram do serviço aduaneiro um dos órgãos estatais que mais despertam admiração no país. Os resultados são vistos tanto na forma expedita como os desembarques são liberados, mas sobretudo na receita, que quase quintuplicou em seis anos.