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Líderes de renome buscam meios de lutar contra a pobreza no IV Congresso Internacional das Comunidades Judaicas das Américas

SÃO PAULO, Brasil – Personalidades internacionais de destaque, líderes proeminentes do Brasil e delegações das comunidades judaicas das Américas e de Israel pediram um esforço concentrado para lutar contra a pobreza e a iniqüidade na América Latina e no Caribe.

A “Declaração de São Paulo”, esboçada pelos participantes do IV Congresso Internacional das Comunidades Judaicas das Américas nos dias 2 e 3 de dezembro, convoca governos, sociedade civil, empresas e órgãos internacionais a juntar forças para promover temas éticos para a região, tais como a luta contra a pobreza e a desigualdade social.

O encontro, intitulado “Lutando contra a Pobreza com Solidariedade”, foi organizado pelo Iniciativa Interamericana de Capital Social, Ética e Desenvolvimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Congresso Judaico Latino-Americano e o Congresso Judaico Mundial.

O evento foi inaugurado pelo presidente do BID Enrique V. Iglesias; o presidente do Conselho Judaico Latino-Americano, Jack Terpins; a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy; o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin; e a presidente da seção americana do Congresso Judaico Mundial, Evelyn Sommer.

Alckmin destacou o interesse especial do estado de São Paulo no diálogo lançado para combater a pobreza, que qualificou como “o grande tema de nosso continente”.

Por sua vez, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, declarou que o congresso representava “uma importante contribuição ao Brasil por parte do BID e de um setor conhecido por sua ação social – as comunidades judaicas”.

“As questões sociais são centrais em toda a história do povo judeu”, observou Sommer.

O coordenador geral do programa Fome Zero, José Graziano, enviado especial do presidente eleito do Brasil Luiz Antonio Lula da Silva, apresentou 25 projetos para a campanha para pôr fim à fome num país em que 44 milhões de pessoas são malnutridas.

Iglesias salientou a importância de compartilhar experiências valiosas de apoio à comunidade e procurar soluções para a pobreza na América Latina, “que atinge mais duramente os grupos mais vulneráveis, como mulheres e crianças, bem como amplos setores das populações afro-americanas e indígenas”.

Durante o encontro, foi apresentada uma série de iniciativas de combate à pobreza e se procurou identificar programas e organismos de contrapartida nos esforços nacionais e regionais, bem como formas de cooperação internacional para promover essas iniciativas. Enfatizou-se especialmente o trabalho voluntário como instrumento estratégico para melhorar as condições de vida de vastos setores da população de baixa renda.

Entre as experiências exemplares de luta contra a pobreza incluem-se casos como o da Asociación Mutual Israelí Argentina, a qual – com assistência do Fundo Multilateral de Investimentos do BID – abriu um dos mais conhecidos centros de colocação em empregos do país.

Outros exemplos apresentados foram o do Hospital Alberto Einstein de São Paulo, que provê cuidados médicos a bairros da periferia, e o da organização Ten Yad de Jabad Lubavitch, que em cooperação com o governo de São Paulo abriu um restaurante onde diariamente mais de 1.600 favelados podem almoçar num ambiente digno.

A presidente da comunidade de voluntários de São Paulo, Milú Vilella, descreveu os esforços da sociedade civil brasileira, tais como o trabalho das comunidades sírio-libanesa, coreana e japonesa de São Paulo, e os esforços de Unibes, o centro de ação social da comunidade judaica da cidade.

Outras organizações judaicas do Uruguai, Chile e de várias cidades brasileiras se comprometeram a promover e apoiar a microempresa e a criação de empregos.

O coordenador geral da iniciativa e co-organizador do congresso, Bernardo Kliksberg, enfatizou o valor concreto das experiências compartilhads e observou que o congresso era parte do diálogo sobre pobreza lançado pelo BID com as comunidades religiosas do hemisfério por meio da Iniciativa Interamericana de Capital Social, Ética e Desenvolvimento, criada com apoio do governo da Noruega.

A iniciativa busca “responder à fome de ética que emergiu na região, promover uma volta à relação entre ética e economia e identificar ações conjuntas específicas”, disse Kliksberg. Esse congresso, assim como os três anteriores, deu origem a diversos projetos relevantes, disse ele.

A presença do BID nesta iniciativa marca o diálogo estabelecido pela instituição para apoiar os esforços dos setores mais ativos da sociedade civil latino-americana e avaliar os problemas sociais na região. Nesse contexto, o Banco tem convocado as igrejas Católica, Protestante e as comunidades judaicas para tratar as questões relacionadas com a pobreza. As reuniões anteriores com as comunidades judaicas foram realizadas em Washington D.C., em 1999, Montevidéu, em 2000, e Buenos Aires, em 2001.

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