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Liberalização do comércio contribuiu para reduzir a pobreza na América Latina, de acordo com livro do BID

Nas duas últimas décadas, as estratégias de integração global para a América Latina e o Caribe estiveram no centro de um debate acalorado: os críticos da globalização com frequência colocam a integração econômica na raiz de todos os problemas de desenvolvimento; por outro lado, o entusiasmo excessivo pelos benefícios da liberalização comercial gera expectativas infundadas.

O livro Trade and Poverty in Latin America, publicado recentemente pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), é o primeiro exame abrangente dos dados empíricos da região referentes a esse tópico tão amplamente debatido.

O livro analisa o impacto da liberalização do comércio sobre a distribuição de renda e a pobreza na região. Identifica também medidas que possibilitem assegurar que o comércio atue em prol do desenvolvimento e da redução da pobreza.

O estudo revela que os efeitos da liberalização do comércio sobre a redução da pobreza foram positivos, ainda que muito pequenos. Isso refuta argumentos de que a integração comercial seja prejudicial aos pobres, assim como a noção contrária de que ela é uma panaceia para o desenvolvimento.

O livro recomenda que os formuladores de políticas centrem-se em usar o comércio para impulsionar o desenvolvimento e a redução da pobreza. Por exemplo, muitos postos de trabalho gerados pela liberalização comercial podem requerer mão de obra especializada, criando a necessidade de proporcionar melhor educação e capacitação técnica a fim de assegurar que pessoas de baixa renda possam ter acesso às novas oportunidades de emprego.

No âmbito das políticas públicas, o livro faz quatro recomendações:

  • Os efeitos positivos do comércio sobre a pobreza materializam-se no longo prazo, enquanto os custos são pagos de imediato; é crucial, portanto, manter o impulso da integração, a fim de superar essa defasagem de tempo.
  • A capacidade do comércio para melhorar o bem-estar social depende não só do desempenho comercial, mas também de um amplo conjunto de políticas não-comerciais, como investimentos em redes de segurança social, educação, tecnologia e infraestrutura.
  • Alguns segmentos da sociedade podem não ser capazes de suportar os custos de transição no curto prazo sem apoio público na forma de pacotes de políticas compensatórias de ajuste ao comércio.
  • Os efeitos do comércio são fortemente dependentes das condições locais, o que torna essencial ir além de soluções genéricas, formulando, implementando e financiando estratégias ambiciosas de integração global.

A publicação é parte de uma iniciativa de integração comercial favorável aos pobres financiada pelo Fundo Fiduciário de Comércio e Pobreza do Departamento de Desenvolvimento Internacional (DFID) do Reino Unido. O Setor de Integração e Comércio do BID, vinculado à Vice-Presidência de Setores e Conhecimento, coordenou a pesquisa e publicação do livro.

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