O Banco Interamericano de Desenvolvimento apoiará o projeto do Gasoduto Sul-americano, dada a importância vital para a integração e competitividade da região, disse o presidente do BID Enrique V. Iglesias.
O gasoduto proposto ligaria Peru, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Bolívia e Paraguai mostraram interesse em tomar parte no projeto, que foi anunciado na semana passada em Lima pelo presidente peruano Alejandro Toledo.
“Esta é uma grande oportunidade. Daremos a ela nosso apoio total”, disse Iglesias, depois da reunião com os ministros dos países que estão promovendo o gasoduto. “Este projeto será um marco na história da integração da América do Sul.”
O gasoduto conectaria o Peru à rede existente entre o norte do Chile e a Argentina, de onde o gás natural poderia alcançar no futuro Porto Alegre, no sul do Brasil. O projeto incluiria a construção ou expansão de dutos na Argentina, bem como nova infra-estrutura no Peru e no Brasil. Uma estimativa preliminar situa as necessidades que poderiam ser cobertas com gás natural peruano em torno de 30 milhões de metros cúbicos por dia.
Iglesias disse que o BID dispõe de uma ampla gama de instrumentos de cooperação técnica para estudos de impacto ambiental e mecanismos de financiamento para apoiar grandes projetos de infra-estrutura, bem como experiência em respaldar projetos energéticos com patrocínio do setor privado.
Participaram da reunião o ministro de Planejamento Federal e Infra-estrutura da Argentina, Julio De Vido, o ministro da Economia e Energia do Chile, Jorge Rodríguez Grossi, o ministro de Economia e Finanças do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, e o ministro da Indústria, Energia e Minas do Uruguai, Jorge Lepra. O diretor executivo pelo Brasil no BID, Rogerio Studart, representou seu país no encontro.
Antes das discussões ministeriais, funcionários dos países envolvidos com a iniciativa tiveram dois dias de reuniões de trabalho na sede do BID para analisar diferentes aspectos técnicos do projeto do Gasoduto Sul-americano.
O grupo de trabalho concluiu que convocará especialistas do BID e de outras instituições financeiras multilaterais para, com seu apoio, elaborar um quadro institucional para o projeto e discutir possíveis modalidades de financiamento futuro. O grupo de trabalho também prevê contatos com empresas do setor privado para dar a conhecer detalhes da iniciativa e avaliar o interesse da indústria em participar.