Com 220 leitos, unidade foi criada para atender exclusivamente pacientes com sintomas graves da COVID-9
O Hospital Espanhol, antes abandonado em Salvador, na Bahia, foi transformado em um hospital de campanha para atender a pacientes graves da COVID-19, oferecendo 80 leitos clínicos e mais 140 de UTI. O recurso de R$ 838 mil, originário de uma operação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde no Estado, foi realocado para cobrir os custos de sanitização e recondicionamento necessários para que a unidade voltasse a operar.
Funcionando a menos de um mês, o hospital possui salas de cirurgia, emergência e refeitório, e conta com um equipamento inovador para dar mais segurança aos profissionais de saúde. Um túnel de desinfecção com estrutura de alumínio faz o processo de nebulização de uma solução de hipoclorito. Ao terminar o turno de trabalho, o profissional passa pelo túnel, ainda com o Equipamento de Proteção Individual, para poder retirá-lo com maior margem de segurança. A medida se mostra especialmente importante, considerando o número de profissionais de saúde infectados pela COVID-19 no Brasil, que chega a 31,7 mil de acordo com Ministério da Saúde.
Segundo o chefe de equipe do projeto no BID, Ian William Mac Arthur, sempre dava pena passar em frente ao Hospital Espanhol fechado. “Graças à gestão eficiente da Secretaria de Saúde do Estado, foi possível adequar a unidade rapidamente para atender os pacientes do coronavírus e contribuir para aliviar a demanda sobre outros hospitais gerais”, disse.
A iniciativa na Bahia e em outros estados brasileiros de recondicionar espaços vai ao encontro das recomendações de políticas públicas para o enfrentamento da pandemia contidas no novo estudo do BID, A política de combate à COVID-19: Recomendações para a América Latina e o Caribe. Além de converter espaços para uso hospitalar, postergar cirurgias que não sejam de emergência, ajustar normas de compras públicas para que novos produtores se qualifiquem, entre outras medidas para aumentar a capacidade de resposta do sistema de saúde são exemplos de boas práticas de políticas.
Apoio do BID à pandemia
Outras operações vigentes na área de saúde e mesmo em outras áreas financiadas pelo BID no Brasil estão tendo seus recursos redirecionados para enfrentar a pandemia, de acordo com o representante do BID no Brasil, Morgan Doyle. “Estamos concentrando todos os nossos esforços para que o Brasil possa enfrentar a crise sanitária e se prepare para a recuperação econômica pós pandemia. Além do redirecionamento de recursos no âmbito das operações que financiamos em todo o país, estamos agilizando nosso processo de compras e apoiando nossos parceiros nas compras internacionais emergenciais, que têm se mostrado especialmente desafiadoras para muitos gestores”, disse.
Além da flexibilidade nas operações em execução e o redirecionamento de recursos, o Banco definiu quatro áreas como prioritárias para novas operações a fim de ajudar os países durante a pandemia e também no período de recuperação da economia e da produtividade. As áreas compreendem a resposta imediata à saúde pública, oferecendo aos países apoio de preparação e resposta sanitária; medidas para proteger a renda das populações mais afetadas por meio de programas de transferência ou subsídios; apoio a PMEs, que representam 70% dos empregos na região, com programas de financiamento; e apoio aos países na elaboração e implementação de medidas fiscais para financiar a resposta à crise.
Sobre o BID
O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Fundado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisa de vanguarda e oferece assessoria em políticas, assistência técnica e capacitação aos clientes públicos e privados em toda a região.