Os presidentes do Brasil Fernando Henrique Cardoso e da Bolívia Hugo Banzer inauguraram oficialmente no final de fevereiro o gasoduto de 3.146 quilômetros entre os dois países, culminando um processo de negociações e planejamento que durou 25 anos.
O projeto de US$1,7 bilhão, financiado em parte por um empréstimo de US$240 milhões do BID, ajudará o Brasil a atender para além do novo milênio a crescente demanda de energia. Serão transportados até 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia para os centros industriais e residenciais.
O gasoduto, descrito como um dos maiores projetos de engenharia civil empreendidos na América Latina, está ainda em construção. O trecho norte, que compreende 1.966 quilômetros desde os campos de gás na Bolívia central até Campinas, no estado de São Paulo, está operacional. O trecho sul de 1.180 quilômetros, que levará o gás de Campinas até Porto Alegre, está programado para terminar em outubro. O gasoduto terá pontos de distribuição intermediários em São Paulo, Curitiba, Florianópolis e outras cidades.
Estimativas indicam que a Bolívia receberá cerca de US$1,6 bilhão ao longo dos próximos 20 anos com as vendas de gás natural para o Brasil. Essa receita fornecerá recursos urgentemente necessários para programas sociais e outros investimentos públicos, ajudando ao mesmo tempo a equilibrar o déficit comercial da Bolívia com o Brasil.
Quando o gasoduto estiver completo, terão sido utilizadas 540.000 toneladas de tubulações de 32 a 16 polegadas, enterradas a um metro da superfície. O projeto permitirá ao Brasil alcançar as metas de seu plano estratégico de diversificar as fontes de energia para incluir o mais limpo dos combustíveis fósseis, ajudando a atender as necessidades de expansão do sul industrial e reduzindo o uso de óleo combustível de alto teor de enxofre.