As agências de promoção de exportações latino-americanas e caribenhas têm tido êxito no apoio à diversificação e expansão das exportações, mas poderiam ser mais eficazes, segundo um novo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O estudo recomenda que as agências avaliem melhor o impacto de suas ações, para que possam ajustar-se às necessidades do cliente ao longo do tempo. “Avaliações sistemáticas e periódicas são necessárias para maximizar o efeito das agências sobre o potencial de exportação dos países”, afirmou Christian Volpe, autor do relatório.
A arquitetura institucional da promoção de exportações é um fator fundamental para a sua eficácia, de acordo com o estudo. Agências de exportações de países como Chile, México, Colômbia e Costa Rica mantêm representações no exterior, enquanto outros países, como Argentina, Peru e Uruguai, fazem uso de suas embaixadas e consulados. A análise revela que a abertura de um escritório de promoção de exportações no exterior traduz-se em um aumento nas exportações 5,5 vezes maior do que quando essa mesma tarefa é atribuída a uma embaixada ou consulado, segundo o livro de 250 páginas “Odyssey in International Markets”.
Em média, os escritórios de agências de exportações geraram exportações adicionais em 47 setores na região. Em contraste, missões diplomáticas geraram um aumento nas exportações em apenas 12 setores. Isso se aplica particularmente a produtos com valor agregado, como sapatos ou máquinas especializadas.
Para o México, os cálculos mostram que a abertura de um novo escritório da PROMEXICO poderia aumentar as exportações em uma média de oito desses produtos por setor e país de destino.
“Isso não significa que os países devam cobrir o mundo de escritórios de agências de promoção de exportações”, disse Volpe. “Os formuladores de políticas precisam avaliar criteriosamente o que funciona para eles, pois há casos em que uma missão diplomática pode funcionar tão bem quanto um escritório de uma agência de exportações. Às vezes é melhor fortalecer as competências comerciais de uma missão diplomática. Outras medidas incluem melhor coordenação entre missões diplomáticas e a agência de promoção de exportações no país sede, aumento da capacidade institucional ou atração de compradores potenciais para o próprio país.”
O comércio internacional é amplamente reconhecido como um motor vital para o desenvolvimento. Nas duas últimas décadas, a concorrência tornou-se feroz com a ascensão dos gigantes comerciais na Ásia. As agências de promoção de exportações transformaram-se em agentes fundamentais para auxiliar as empresas em sua expansão para o exterior, ajudando-as a superar a falta de conhecimento das regulamentações, práticas e mercados estrangeiros. “As agências são como GPSs que oferecem orientação às empresas em sua odisseia por rotas desconhecidas ao se aventurarem nos mercados internacionais”, afirmou Volpe.
A promoção de exportações tem funcionado bem na América Latina e Caribe, ajudando as empresas a diversificar suas exportações, em particular na manufatura.
O estudo avalia a eficácia de atividades de promoção de exportações no período de 2000-2007 no Peru, Costa Rica, Uruguai, Chile, Argentina e Colômbia. Um cálculo para o Peru, por exemplo, mostra que a taxa de crescimento das exportações foi 17% mais alta para empresas apoiadas pela PROMPEX/PROMPERU. As taxas de crescimento do número de países servidos e número de produtos foram 7,8% e 9,9% mais elevadas, respectivamente.
De fato, agências de exportações ajudam a diversificar as exportações ao promover um aumento na variedade de produtos exportados para um maior número de países, em vez de apenas gerar maior volume de exportações para o mesmo produto ou país importador. Assim, na Costa Rica, empresas que vendem no exterior produtos mais sofisticados e foram auxiliadas pela PROCOMER tiveram taxas de crescimento das exportações e do número de destinos 15,3% e 8,5% mais altas, respectivamente.
O efeito de medidas de promoção das exportações é mais pronunciado para pequenas e médias empresas e para aquelas com pouca exposição aos mercados internacionais. Na Argentina, pequenas empresas que receberam apoio pela primeira vez obtiveram taxas de crescimento das exportações de 13,9% no período de 2002-2006 e as empresas de médio porte alcançaram um crescimento de 28,7%. Em termos de mercados de destino, o aumento foi de 18,5% e 26,4%, respectivamente. Isso demonstra o potencial de um país como o México, que tem cerca de 30.000 micro e pequenos exportadores, que vendem, em média, para 1,2 e 2,2 países essencialmente neste hemisfério, respectivamente, em um valor total conjunto de mais de US$ 5 bilhões.
O estudo mostra também que as agências de promoção de exportações são muito mais eficazes quando apoiam todo o processo de exportação, desde o oferecimento de informações e capacitação e a introdução dos empresários em missões e feiras comerciais até a intermediação de reuniões de negócios com compradores potenciais. Por exemplo, empresas colombianas que utilizam pacotes de serviços da PROEXPORT tiveram um desempenho em termos de taxas de crescimento de exportações e de número de países 17,7% e 11,7% mais alto que as empresas que receberam apenas um serviço.
“O formato dos programas de promoção do comércio é um fator determinante de sua eficácia. Dados apresentados no livro oferecem às agências recomendações gerais que podem ajudá-las a melhorar seus instrumentos e programas e, assim, sua relevância para o desenvolvimento das exportações nos países da região”, concluiu Volpe.
“Odyssey in International Markets” é uma publicação do Setor de Integração e Comércio dentro da Vice Presidência de Setores e Conhecimento.