Especialistas internacionais analisaram no Banco Interamericano de Desenvolvimento as políticas e investimentos necessários para promover a igualdade entre homens e mulheres e impulsionar o desenvolvimento humano e o crescimento econômico na América Latina e no Caribe.
O evento foi inaugurado pelo vice-presidente executivo do BID, Daniel Zelikow; a presidenta do Conselho Assessor Externo sobre Igualdade de Gênero do Banco, Ruth Cardoso; e o subgerente do Departamento de Desenvolvimento Sustentável do BID, Marco Ferroni.
Zelikow destacou alguns projetos do BID que promovem a igualdade de gênero na região e reafirmou o compromisso da instituição em fazer mais e melhor. "Com o realinhamento, o Banco incorporará ativamente a sua agenda os temas de igualdade de gênero e continuará melhorando suas contribuições à questão, sabendo que ao fazê-lo estamos sendo coerentes com nosso objetivo de promover o crescimento e lutar contra a pobreza", disse ele na abertura.
Ruth Cardoso, por sua vez, afirmou: "As políticas de gênero são necessárias não apenas para beneficiar as mulheres, mas para desenvolver nossas sociedades".
Participaram do seminário realizado esta semana representantes e acadêmicos da Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Estados Unidos, Jamaica, México, Paraguai e Suécia, bem como especialistas internacionais do Foro Econômico Mundial, do Banco Mundial, da Unifem, da organização Pan-Americana da Saúde e do BID.
Palestrantes ilustres da América Latina e de instituições internacionais analisaram a disparidade em educação e oportunidades econômicas entre os gêneros e também a saúde reprodutiva como um aspecto-chave da exclusão.
Em um painel encabeçado por Juan Carlos Navarro, chefe da Unidade de Educação do BID, enfatizaram-se os avanços notáveis alcançados na educação da mulher e os desafios pendentes e discutiu-se o papel desempenhado pelo sistema educacional na modificação ou reprodução dos estereótipos de gênero, raça e etnicidade.
"Embora haja ampla concordância em que a crescente participação da mulher na força de trabalho e que sua maior renda são cruciais para reduzir a pobreza e impulsionar o crescimento", disse Marco Ferroni, "a participação econômica da mulher é limitada pelas restrições no âmbito da estrutura doméstica e familiar e outros fatores que devem ser resolvidos para ampliar suas oportunidades econômicas."
"Um fator-chave que limita as oportunidades da mulher é a falta de acesso a informação e a cuidados de qualidade de sua saúde reprodutiva", observou a chefe da Unidade de Igualdade de Gênero do BID , Gabriela Vega, que moderou um painel que analisou os desafios mundiais e os programas inovadores nesse campo. "A América Latina fez avanços importantes na redução da taxa de fertilidade total, mas ainda restam desafios importantes a resolver", acrescentou Vega.
Otaviano Canuto, vice-presidente de Países do BID, encerrou o evento reafirmando o compromisso do Banco em apoiar seus países membros no esforço de promover a igualdade de gênero na América Latina e no Caribe.
O BID e a igualdade de gênero
Desde a aprovação de sua Política para a Mulher no Desenvolvimento, em 1987, o BID tem concentrado muitos de seus programas e iniciativas na promoção dos temas relacionados com a participação e a liderança femininas na América Latina e no Caribe. A igualdade de gênero também tem sido uma preocupação-chave na carteira do Banco.
Os especialistas do BID colaboram com os governos e grupos da sociedade civil para identificar oportunidades para as mulheres em todas as áreas de ação do Banco, especialmente nos setores sociais, de governança e democracia, apoio à geração de renda e à produtividade e desenvolvimento rural-urbano e habitação.