Especialistas internacionais reuniram-se no Banco Interamericano de Desenvolvimento para analisar os enfoques e as metodologias empregados para medir os custos econômicos da violência e do crime na América Latina e no Caribe.
"A violência e o crime são desafios sérios para as políticas públicas na América Latina e no Caribe e uma informação oportuna e consistente sobre seus custos e seu impacto econômico é crucial para as estratégias destinadas à prevenção e controle", disse Marco Ferroni, subgerente do Departamento de Desenvolvimento Sustentável do BID.
"É preciso boa informação econômica para que o Banco dialogue com seus países membros, para o trabalho de diagnóstico que apóie o estabelecimento de prioridades de políticas públicas e a escolha de cursos de ação alternativos e também para a elaboração de projetos", acrescentou Gustavo Béliz, especialista sênior do Banco.
Os participantes do evento de 29 de maio debateram as dificuldades conceituais e metodológicas para avaliar esse fenômeno complexo. Alexandre Carvalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), analisou o caso do Brasil, com o estudo "O custo das mortes por causas externas no Brasil"(2007).
Mauricio Rubio, autor do relatório "Os costos de la violencia en América Latina. Una crítica al enfoque económico en boga", apresentou novos enfoques metodológicos. Hugh Waters, da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, Estados Unidos, concentrou-se na perspectiva custo/benefício e na análise do impacto econômico das intervenções com base no relatório da Organização Mundial de Saúde "The Economic Dimensions of Interpersonal Violence".
Participaram também da discussão Leandro Piquet Carneira, da Escola de Governo John Kennedy da Universidade de Harvard; Alberto Concha Eastman, da Organização Pan-Americana da Saúde; Eduardo Lora, gerente do Departamento de Pesquisas do BID; e Gabriela Vega, chefe da Unidade de Gênero e Eqüidade do BID.