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Doadores apóiam combate do Peru às drogas

Em uma reunião realizada em novembro em Bruxelas, Bélgica, a comunidade internacional de doadores se comprometeu com US$277 milhões para ajudar o Peru a intensificar sua luta contra a produção e o tráfico de drogas. Desse montante, US$140 milhões destinar-se-ão aos novos programas apresentados durante a reunião e US$137 milhões serão usados para apoiar e consolidar os programas existentes.
A primeira reunião do Grupo Consultivo de Apoio ao Combate às Drogas no Peru, organizada pelo BID em conjunto com a Organização dos Estados Americanos, a Comissão Européia e o Programa de Controle Internacional de Drogas da ONU, realizou-se na sede da CE em Bruxelas em 10-11 de novembro, e teve a presença de mais de 100 delegados representando mais de 40 países e instituições internacionais.

Os compromissos dos doadores assumirão as formas sobretudo de doações e conversão de dívida. Esse novo apoio possibilitará ao governo peruano visar as áreas de cultivo de coca do país, atingindo uma cobertura de âmbito nacional para os seus Programas de Desenvolvimento Alternativo Abrangente e de Prevenção e Reabilitação. O BID financiará a recuperação e a melhoria de estradas nessas áreas de desenvolvimento alternativo, bem como escolas, postos de saúde e outros projetos de infra-estrutura.

Os participantes da reunião examinaram os diferentes meios de dar apoio a uma grande quantidade dos novos programas peruanos de combate às drogas, que custarão cerca de US$244 milhões entre 1999-2003. Além disso, o Peru planeja investir US$435 milhões neste período de cinco anos em programas de apoio social para reduzir a pobreza entre as famílias cuja subsistência depende atualmente da coca. A meta é promover um desenvolvimento produtivo alternativo nas regiões de cultivo de coca e melhorar a conservação do meio ambiente.

O governo peruano vem implementando uma estratégia abrangente para lidar com o tráfico ilícito de drogas desde 1990. Nesse período, a área de produção de coca foi reduzida de 121.300 hectares para 69.000 hectares, foram dispersados vários grupos de cultivo e tráfico de coca e os carregamentos foram reduzidos. Como resultado, a renda dos cultivadores de coca caiu de US$500 milhões em 1990 para US$130 milhões no último ano -- com uma exacerbação concomitante da pobreza. Nesse período, o Peru também viu um aumento no uso interno de drogas, e o governo está procurando apoio internacional para alavancar os seus esforços no sentido de conter essa tendência.

A reunião de Bruxelas examinou programas de desenvolvimento alternativo em seis regiões do Peru -- Monzón, Tocache-Uchiza, Pozuzo-Palcazu, Satipo-Ene, Palmapampa e Tambopata-Inambari -- cuja população de 280.000 habitantes cultiva 20.600 hectares de coca e em que 37.600 hectares de coca abandonados poderão ser postos novamente em produção. Os novos programas fortalecerão as organizações comunitárias, construirão uma infra-estrutura econômica e social básica, como postos de saúde, salas de aula, serviços de água, estradas rurais e transmissão de energia; regularizarão títulos de propriedade; apoiarão empréstimos aos agricultores; protegerão o meio ambiente; e promoverão a produção florestal sustentável.

A Contradrogas, agência peruana de controle da droga, coordenará o programa de desenvolvimento alternativo, que será executado com a ajuda de órgãos de desenvolvimento públicos, privados e comunitários.

Na reunião de Bruxelas, os doadores elogiaram a alta prioridade dada ao combate às drogas pelo governo do Presidente Alberto Fujimori. Nas palavras do representante de um país doador, "o governo peruano tem demonstrado que está comprometido com a continuação do programa que visa suprimir o tráfico ilegal de drogas, com o objetivo de conseguir benefícios de longo prazo para o Peru e para a comunidade internacional, apesar do custo social que isso acarreta no curto prazo".
 

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