DUBAI– Os bancos públicos de desenvolvimento da Coalizão Verde pretendem mobilizar entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões ao criar uma plataforma de desenvolvimento sustentável. Esses recursos serão direcionados para a agenda de desenvolvimento da Amazônia 2024-2030, com a colaboração dos parceiros internacionais da Coalizão Verde, para apoiar o financiamento de investimentos sustentáveis na região amazônica.
O anúncio foi feito durante a COP 28 em Dubai, onde a Coalizão Verde também lançou seu plano de ação para os próximos dois anos, cujos resultados serão apresentados na COP 30 em Belém, no Brasil, a cidade onde nasceu essa iniciativa.
Com base em princípios de colaboração e inovação, a Coalizão Verde se concentrará em formular soluções financeiras e proporcionar apoio técnico, garantindo a escalabilidade de empresas e projetos ambientalmente e socialmente responsáveis na Amazônia.
O plano de ação articula uma estratégia abrangente em torno de quatro linhas fundamentais de trabalho. Em primeiro lugar, a Coalizão Verde vai identificar as necessidades e integrar perspectivas de desenvolvimento local para apoiar novas oportunidades de financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável.
Em segundo lugar, o plano visa desenvolver estruturas comuns de investimento e financiamento, adaptadas especificamente à conservação da biodiversidade da Amazônia e ao bem-estar das comunidades locais, compreendendo as necessidades únicas da região. Em terceiro lugar, o plano inclui o estabelecimento de um laboratório de inovação, com foco no design conjunto de instrumentos financeiros específicos para a região e assistência técnica. Por fim, a estratégia engloba a mobilização de recursos concessionados para implementar essas iniciativas por meio dos bancos públicos de desenvolvimento da Coalizão Verde.
Além da mobilização de recursos e assistência técnica, a Coalizão Verde buscará reduzir as barreiras de financiamento por meio de empréstimos e instrumentos de financeiros para a Amazônia, alavancando iniciativas lideradas por seus membros, os bancos públicos de desenvolvimento dos países amazônicos na América Latina, incluindo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), proponentes da Coalizão Verde, assim como parceiros internacionais como o Banco Mundial e a CAF.
"Estamos concentrando nossos esforços na promoção e integração de atividades econômicas sustentáveis que ofereçam alternativas econômicas aos cidadãos, visando proteger a saúde do bioma amazônico em benefício das gerações presentes e futuras. Esta iniciativa da Coalizão Verde está alinhada com os objetivos do programa guarda-chuva do BID, Amazônia Sempre. Nesse sentido, estamos priorizando as empresas e iniciativas que demonstrem sustentabilidade social, ambiental e econômica para promover a preservação e recuperação dos recursos naturais da Amazônia", disse Ilan Goldfajn, Presidente do BID, enfatizando que o Banco atualmente atua como secretariado técnico para a iniciativa.
"O BNDES reconhece o valor que a cooperação multilateral da Coalizão contribui para alcançar soluções que permitam que a Floresta Amazônica permaneça em pé, produtiva e promova melhorias na renda e no desenvolvimento humano na região, estabelecendo a restauração florestal como uma prioridade para a sequestro de carbono em larga escala, uma medida eficaz e urgente para preservar e fortalecer a maior floresta tropical do planeta e o bioma mais estratégico para o desafio da emergência climática. Criada em Belém em agosto, agora vemos a Coalizão Verde chegando à COP28 em dezembro em sua fase operacional e com metas definidas para os próximos dois anos até a COP30, seu retorno a Belém. Entre os desafios prioritários, o BNDES identifica, com base em sua experiência reconhecida na Amazônia, a regularização fundiária, logística, acesso à energia e internet, segurança, saneamento, a necessidade de desenvolver o ecossistema de negócios e a falta de assistência técnica rural, além de instrumentos de mitigação de risco para atrair investimentos", como mencionado por Aloizio Mercadante, Presidente do BNDES, que também assume a Presidência do Comitê Diretivo da Coalizão Verde.
A região amazônica é fundamental para os ecossistemas de todo o mundo, proporcionando 40% da água doce da América Latina e regulando os ciclos hidrológicos e de nutrientes para o continente sul-americano. Dado o crescente consenso científico de que a bacia do Amazonas está chegando a um “ponto de inflexão”, há uma necessidade urgente de adotar medidas para proteger o bioma, levando em conta, ao mesmo tempo, o desenvolvimento social e econômico da região.
Sobre a Coalizão Verde
Formada depois da Cúpula da Amazônia, a Coalizão Verde reúne 20 bancos de desenvolvimento em uma parceria estratégica para catalisar o desenvolvimento econômico sustentável na região amazônica. Centrada no bem-estar social e na sustentabilidade, a coalizão se dedica a promover empresas e iniciativas que incorporem responsabilidade socioambiental e sustentabilidade.
Com uma visão profundamente arraigada na proteção da biodiversidade global e do clima, a coalizão tem como objetivo mitigar a pobreza, a fome e as disparidades sociais, especialmente nas comunidades indígenas e tradicionais. A abordagem da Coalizão Verde é centrada em combinar inovação financeira e apoio técnico para incentivar um crescimento que respeite e revitalize a Amazônia, buscando um futuro em que a prosperidade econômica e a integridade ecológica coexistam, em benefício tanto das comunidades locais como globais.
Website: www.green-coalition.com
América Latina e Caribe na COP28
Os países da América Latina e do Caribe são uma parte fundamental da solução para os desafios climáticos mundiais. No Pavilhão das Américas do BID, o Banco está organizando mais de 30 eventos com líderes e especialistas internacionais para apresentar iniciativas de ação climática, desde instrumentos financeiros de ponta até a conservação e uso sustentável dos recursos naturais, a Amazônia, uma transição econômica justa, entre outros. Os jornalistas que forem cobrir a COP28 presencialmente em Dubai serão bem-vindos para visitar o pavilhão, sem necessidade de registro. Consulte a programação de eventos aqui. Para jornalistas que forem cobrir a COP28 remotamente, é necessário registrar-se para acessar as transmissões de eventos selecionados.
Localização: Pavilhão das Américas do BID no Blue Zone, Opportunity District (OA04G2), Pavilhão #56
Sobre o BNDES
O BNDES é o principal instrumento de financiamento e investimento de longo prazo do governo brasileiro para promover o desenvolvimento social e econômico do Brasil. O apoio do BNDES leva em conta o desenvolvimento sustentável do país por meio da geração de emprego, renda e inclusão social. O BNDES é reconhecido por seu papel na promoção de projetos verdes e sociais, como gestor do Fundo Amazônia e o maior financiador mundial de energias renováveis. Estimular a inovação e o desenvolvimento regional é uma das prioridades do BNDES. Mais informações: https://ri.bndes.gov.br/en/
Sobre o BID
O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Fundado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisa de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região. Acesse nosso tour virtual.
Molina Medina,Vanessa Carolina
Institutions for Development Sector
Borges De Padua Goulart,Janaina
AMAZÔNIA SEMPRE
Um programa holístico guarda-chuva para o desenvolvimento sustentável da região, que visa trabalhar conjuntamente a conservação da floresta e do clima com o melhoramento da qualidade de vida das pessoas, oferecendo alternativas econômicas.