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A celebração dos 6 bilhões

No dia 12 de outubro, nasceu oficialmente o habitante da terra número 6 bilhões, em meio ao coro de comentários que tem caracterizado a questão populacional desde que Thomas Malthus, economista britânico do século 19, fez suas famosas previsões.

A facção do "quanto mais, melhor" reiterou sua fé inabalável na capacidade da tecnologia e na criatividade do homem em manter-se um passo à frente da explosão da população. Segundo um relatório recente da Cornell University, mais da metade dos povos do mundo sofre hoje de desnutrição e vive na pobreza. A média mundial per capita de terra própria para cultivo é agora metade do que é necessário para produzir uma boa dieta e a disponibilidade per capita de água fresca caiu em 60% entre 1960 e 1997.

Enquanto os dois lados argumentam, os números vão mudando. Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o ritmo de crescimento global da população está diminuindo porque as pessoas estão escolhendo ter menos filhos. As taxas de fertilidade nos países em desenvolvimento caíram de mais de seis filhos por mulher em 1950 para menos de três hoje. Na maior parte, a mudança é o produto de muitos milhões de decisões individuais, principalmente por parte das mulheres. Para elas, ter menos filhos é tanto causa como efeito de freqüentar a escola, conseguir um emprego e usar serviços de saúde materna. As escolhas que elas fazem não se baseiam em ideologia, mas no que parece ser melhor para elas.

O México particularmente assistiu a uma queda dramática da fertilidade. Há apenas uma geração, o governo substituiu sua política de promoção de famílias grandes por programas de planejamento familiar voluntário e uma emenda constitucional que dá aos indivíduos o direito de determinar o tamanho da família. Isso, combinado à crescente industrialização, migração para áreas urbanas, mais educação e maiores oportunidades econômicas, resultou, em 15 anos, na queda pela metade da taxa de natalidade do país.

Mas mesmo assim a população do México aumentará em quase 50% até 2030. Em outros países, em que políticas ao estilo do México ainda não estão sendo aplicadas, a população continua a aumentar. Segundo o UNFPA, anualmente são acrescentadas ao total mundial 78 milhões de pessoas ao ano, das quais 97% nos países em desenvolvimento, os menos preparados para recebê-las.

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