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Brasil se une a países da América Latina e Caribe que compartilham indicadores sobre segurança

Sistema financiado pelo BID agrega informações de outros 18 países. Com adesão do Brasil, 90% da população da América Latina e Caribe estará refletida no sistema

O Brasil fará parte do Sistema Regional de Indicadores Padronizados de Convivência e Segurança Cidadã (SES), uma ferramenta que permite aos governos da América Latina e Caribe compartilhar, padronizar e analisar dados estatísticos essenciais para o desenho, implementação e avaliação de políticas e programas de segurança.

Cada país possui fontes distintas de dados, que podem compreender ministérios, secretarias, polícia e departamentos de saúde, que por sua vez utilizam metodologias distintas de recopilação de dados. Consequência disso, por exemplo, é que taxas de homicídios podem variar consideravelmente de uma base para outra, ou mesmo a interpretação para delitos com o mesmo nome.

O esforço para a construção do SES, iniciado em 2008 com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi recopilar e harmonizar estes dados e interpretações entre os países para que fosse possível obter dados cada vez mais confiáveis, subsidiando os governos na tomada de decisões voltadas para a redução da violência. Os investimentos até o momento foram de US$ 3,35 milhões, em recursos não reembolsáveis.

O Brasil é pioneiro na sistematização de informações sobre segurança. Com a adoção em 2012 do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (SINESP), coordenado pelo Ministério da Justiça, o país melhorou a qualidade do armazenamento, tratamento e integração de dados e informações relacionados à segurança pública, sistema prisional, execução penal e enfrentamento ao tráfico de crack e outras drogas ilícitas.

De acordo com o especialista em segurança cidadã e coordenador do SES, Jorge Srur, a adesão do Brasil trará um valor inestimável para o grupo. “Os países que já compõem o SES serão fortemente beneficiados pelos dados e técnicas de padronização desenvolvidas pelo Brasil. Mais que compartilhar os dados, os países estão preocupados em adotar metodologias eficientes para gerar informações confiáveis, e a partir daí, desenvolver programas efetivos de segurança”, disse.

Com a adesão do Brasil à iniciativa, o sistema apresentará estatísticas que compreendem 90% da população da América Latina e Caribe. Até o momento, os países acordaram 22 indicadores de crimes baseados em informações de mais de 180 instituições em países e cidades; números que deverão aumentar substancialmente com a participação do Brasil, cuja participação será liderada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

O sistema recebe dados oficiais da Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Chile, Honduras, Equador, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Jamaica, Guiana, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Uruguai, Paraguai, além das capitais do Equador (Quito) e Argentina (Buenos Aires). Atualmente está sendo considerada a participação de Belize e novos parceiros do Caribe.

A iniciativa tem com o apoio técnico do Instituto Cisalva da Universidad del Valle de Colombia e conta com um grupo de parceiros estratégicos como o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Sistema da Integração Centro-Americana (SICA) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), que tem especialmente acompanhado o BID no processo de integração do Brasil ao SES, entre outros. Com a entrada do Brasil, a informação do sistema estará disponível também em português.

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