BID lança o programa regional “Conexão Sul”

O novo programa impulsionará a integração e o crescimento na América do Sul 

SANTIAGO – O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentou o programa regional Conexão Sul, criado em parceria com os países da América do Sul, com o objetivo de desenvolver corredores estratégicos para melhorar a conectividade, fortalecer as cadeias de valor e modernizar os marcos institucionais. Ao conectar mercados atualmente fragmentados, a iniciativa busca aumentar a escala, reduzir custos e atrair investimentos.  

Durante as Reuniões Anuais de Governadores do BID e BID Invest, os governadores ou seus representantes em seu nome junto ao BID da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Uruguai assinaram conjuntamente com o presidente do BID, Ilan Goldfajn, uma declaração de apoio ao novo programa, solicitado pelos países da América do Sul. No texto, reconhecem a natureza transfronteiriça dos desafios que compartilham e solicitam o apoio do BID para enfrentá-los, de forma conjunta, com uma abordagem regional pragmática. 

O Conexão Sul tem como base três pilares:  

1. Conectividade, melhorando estradas, portos, hidrovias, redes elétricas e digitais.
2. Cadeias de valor regionais e globais, facilitando o comércio, desenvolvendo a produção local e melhorando a inserção nos mercados.
3. Fortalecimento regulatório e institucional, apoiando acordos comerciais, marcos normativos e instituições em todos os níveis.

“Conexão Sul responde ao mandato de nossos governadores e ao compromisso compartilhado de construir um mercado regional de maior escala, mais integrado e atraente para investimentos. Através de uma melhor conectividade, cadeias de valor mais sólidas e marcos institucionais modernizados, o programa ajudará os países da América do Sul a superar barreiras históricas e a gerar novas oportunidades”, disse o presidente Goldfajn.

Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, disse: “As Rotas de Integração Sul-Americana constituem uma política original, fruto de um esforço de escuta junto aos Estados brasileiros de fronteira, aos países sul-americanos e ao próprio governo federal. Com o programa Conexão Sul, poderemos expandir ainda mais as políticas de integração regional e ampliar os investimentos. Precisamos comercializar mais bens e serviços produzidos na América do Sul, entre os países da região. Com o apoio de instituições multilaterais, como o BID, temos a chance real de trazer mais empregos, mais renda e mais oportunidades de negócios”.

“A América do Sul enfrenta importantes desafios econômicos, incluindo custos de transporte 40% maiores do que nos Estados Unidos”, disse Mario Marcel, ministro da Fazenda do Chile. “Priorizar a integração é um dos principais objetivos desses encontros, e os corredores bioceânicos são uma alternativa concreta para manter a infraestrutura estratégica intrarregional. Isso também nos permitirá reduzir os custos de transporte, melhorar a conectividade e fortalecer os fluxos comerciais. Uma maior integração econômica pode unir mercados, atrair investimentos e fomentar a inovação, liberando todo o potencial para um crescimento sustentável”. 

O novo programa do BID vai expandir a aliança Rotas de Integração, nascida no marco do Acordo de Brasília, assinado pelos países em maio de 2023 e apoiado pelo BID, FONPLATA, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe. 

Colaboração com a FONPLATA para acelerar a integração regional

Durante as Reuniões Anuais, e dando continuidade a esses esforços de colaboração, o BID e a FONPLATA formalizaram um acordo de cooperação para aumentar a colaboração entre as duas instituições e, por exemplo, explorar oportunidades de cofinanciamento para projetos regionais, incluindo rotas de integração no marco da iniciativa Conexão Sul. 

Além disso, as duas instituições vão impulsionar o intercâmbio de conhecimentos para desenvolver estratégias institucionais e a gestão de riscos. Também promoverão instrumentos financeiros inovadores, como os Acordos de Intercâmbio de Exposição, para ampliar o financiamento e fortalecer a colaboração em áreas-chave.