· O projeto FuSSE é o primeiro desenvolvido como parte do acordo assinado entre o BID e o BIS em 2023 para promover a inclusão financeira na região.

· Esta iniciativa do BID e do BIS, com participação do Banco do Canadá, gerou amplo interesse regional.

· A iniciativa tem uma abordagem tridimensional para a inclusão financeira na região: inovação tecnológica, assistência para o desenho e implementação de políticas públicas, e fortalecimento da capacidade institucional.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco de Compensações Internacionais (BIS) apresentaram os últimos avanços do Fully Scalable Settlement Engine (FuSSE), uma iniciativa que oferece tecnologia de código aberto para bancos centrais para facilitar a implementação de sistemas de pagamento e outras infraestruturas de liquidação. Também proporcionará assistência técnica para o desenho regulatório e melhoria da capacidade institucional.

A apresentação dos avanços do FuSSE e o início oficial da cooperação técnica entre as duas entidades ocorreu esta semana em Washington, D.C., em uma reunião na qual estiveram presentes o presidente do BID, Ilan Goldfajn, o diretor geral do BIS, Agustín Carstens, e os governadores dos bancos centrais do Chile, Colômbia e Uruguai. O FuSSE é o primeiro projeto desenvolvido no âmbito do memorando de entendimento assinado pelas duas entidades em 2023. Esta iniciativa, que também tem a participação do Banco do Canadá, gerou amplo interesse entre os países da região.

Para promover a inclusão financeira na América Latina e no Caribe, é essencial reduzir as barreiras de entrada para os consumidores e oferecer produtos e serviços personalizados mais convenientes e acessíveis. O compromisso do FuSSE é facilitar esse acesso, simplificando a implementação de sistemas de pagamento eficientes e outras infraestruturas de liquidação que serão necessárias para o futuro das transações financeiras. Nesse contexto, a iniciativa FuSSE propõe uma abordagem tridimensional do tema para gerar maior impacto e estimular a inclusão financeira na região: inovação tecnológica, desenho e implementação de políticas públicas e fortalecimento da capacidade institucional.

Em primeiro lugar, na frente tecnológica, o FuSSE apoiará o desenvolvimento de tecnologia financeira e infraestruturas de mercado para reduzir os custos de implementação de infraestruturas complexas, promover padronização e criar bases sólidas sobre as quais possam ser inseridos elementos adicionais para integrar serviços financeiros mais avançados. A arquitetura modular da ferramenta dará a cada banco central a flexibilidade para escolher quais elementos implementar e a possibilidade de adaptar as funções do sistema às necessidades locais. Até o momento, foram feitos progressos no desenvolvimento de uma infraestrutura básica, incluindo serviços como compensação e liquidação escaláveis, bem como módulos de cibersegurança equipados com tecnologia de computador resistente a ameaças quânticas.

Em segundo lugar, a iniciativa oferecerá assistência técnica para o desenho e implementação de políticas públicas apropriadas, que incluem um marco regulatório adequado para possibilitar sistemas de pagamento rápidos e inclusivos. No último ano, o BID apoiou países como Colômbia, Equador e Suriname, avaliando suas infraestruturas de pagamento atuais e apresentando recomendações.

Em terceiro lugar, o FuSSE ajudará a desenvolver e fortalecer a capacidade institucional, entendida como a arquitetura institucional e o talento de que os bancos centrais e outras autoridades financeiras precisam para uma implementação eficaz de sistemas de pagamento de baixo valor instantâneos.

“A literatura mostra que o uso regular de serviços financeiros pode ajudar a reduzir a pobreza, daí a importância de ajudar os países da região a desenvolver seus sistemas de pagamento como porta de entrada para promover a inclusão financeira. No BID, continuaremos a construir alianças e a intensificar nossos esforços para empoderar os consumidores financeiros e garantir o seu bem-estar a longo prazo”, disse o presidente do BID, Ilan Goldfajn.

O presidente Goldfajn também destacou o lançamento do FINLAC, uma nova iniciativa do Grupo BID para promover a inclusão financeira, garantindo que as pessoas mais vulneráveis da América Latina e do Caribe possam acessar os serviços financeiros de que necessitam.

O Diretor-Geral do BIS, Agustín Carstens, disse: “O FuSSE é um dos muitos passos que precisamos dar na direção de construir infraestruturas e tecnologias para atender às demandas extraordinárias com que nos deparamos por parte da sociedade. Ele pode ajudar a fechar algumas das lacunas tecnológicas entre os países e contribuir para resolver o problema de inclusão financeira enfrentado por algumas nações latino-americanas”.

O FuSSE permitirá que os países da região implantem seus próprios sistemas de pagamento inovadores e eficientes, bem como outras infraestruturas de liquidação.

Nesta primeira fase, o BID, junto com o BIS e o Banco do Canadá, estarão centrados na arquitetura e desenvolvimento da plataforma tecnológica básica do FuSSE como um bem público regional. Ao mesmo tempo, o BID e o BIS formarão uma comunidade em que bancos centrais possam trocar conhecimento sobre aspectos técnicos do projeto e outros temas financeiros relevantes. Por fim, o BID continuará apoiando regulamentações e o desenvolvimento da capacidade institucional na região.