RIO DE JANEIRO – O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Enrique V. Iglesias, e o presidente do Banco do Nordeste, Byron Costa de Queiroz, assinaram hoje os contratos para a concessão de um empréstimo de US$30 milhões para apoiar a expansão de CrediAmigo, o maior programa de microcrédito do Nordeste, uma das regiões mais pobres do Brasil.
O procurador da Fazenda do Brasil, Marco Antonio Boiteux Alvarez, também participou na cerimônia de assinatura, que foi realizada no marco do V Fórum Interamericano da Microempresa, que acontece no centro de convenções Riocentro de 9 a 11 de setembro.
Os recursos do empréstimo do BID permitirão ao CrediAmigo, uma iniciativa lançada pelo Banco do Nordeste em 1997, ampliar seu apoio aos microempresários em dez estados do Nordeste. A expectativa é que com a ampliação do programa será possível conceder empréstimos de curto prazo de até US$500 para até 120.000 microempresários.
Esta é uma iniciativa importante para o desenvolvimento da região, já que hoje cerca de 61% da população economicamente ativa do Nordeste trabalham em empresas de pequeno porte que empregam de uma a cinco pessoas, segundas estimativas oficiais do governo brasileiro. Além disso, a região Nordeste tem cerca de 2,2 milhões de microempresas em funcionamento.
No entanto, em geral, essas empresas não têm acesso ao sistema financeiro formal e têm que pagar taxas de juros exorbitantes por crédito de curto prazo concedido por fornecedores e emprestadores informais. O programa CrediAmigo procura aumentar a oferta de crédito na região e promover o aumento de produtividade e renda nesse setor de pequenas empresas que tem sido negligenciado.
BID e Banco do Nordeste esperam que a iniciativa sirva também para encorajar outras entidades financeiras que operam no Nordeste a oferecer serviços de crédito semelhantes a microempresários da região.
O programa proporcionará assistência técnica para a consolidação de CrediAmigo, que no futuro poderá se tornar uma entidade autônoma. O apoio técnico será dado nas áreas de gestão de risco, comercialização e produtividade de funcionários de crédito, assim como para ampliar a cobertura geográfica, identificar novos produtos, melhorar a proteção ambiental, fazer estudos e promover mecanismos para canalizar fundos através de instituições privadas e aprimorar a administração de empréstimos.
O programa reflete a estratégia do BID para o Brasil de redução da pobreza e promoção de atividades do setor privado.