NOVA YORK – O Banco Interamericano de Desenvolvimento comprometeu-se hoje a fornecer US$ 400 milhões em novas doações ao longo dos próximos dois anos para ajudar o Haiti a executar seu plano de recuperação nacional depois do devastador terremoto de 12 de janeiro.
Falando em uma reunião de doadores internacionais realizada na Organização das Nações Unidas, o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, saudou a visão do governo do Haiti de transformar o pior desastre natural da história de seu país em uma oportunidade de construir um “novo Haiti” com instituições democráticas mais fortes, uma economia mais dinâmica e uma sociedade mais igualitária.
“Testemunhamos de perto a capacidade do povo do Haiti de superar difíceis desafios e pôr-se de pé rapidamente”, disse ele. “Com a assistência das pessoas nesta sala, e também de outros lá fora, podemos ajudar a transformar essa visão do novo Haiti em uma realidade.”
Moreno contou aos participantes da conferência que, no início de março, a Assembleia de Governadores do BID acordou em proporcionar ao Haiti cerca de US$ 2 bilhões em doações ao longo da próxima década e contribuir com US$ 479 milhões para o cancelamento do saldo restante da dívida do país com o Banco.
Em abril, o BID espera aprovar cerca de US$ 100 milhões em doações para o Haiti, sendo US$ 30 milhões para moradias temporárias, US$ 15 milhões para água e saneamento, US$ 3 milhões para uma plataforma de governo eletrônico e US$ 50 milhões em apoio orçamentário ao governo haitiano, que enfrenta uma queda acentuada de receias devido às perdas econômicas causadas pelo terremoto. Mais adiante este ano, o Banco fornecerá recursos adicionais para investimentos em infraestrutura de transporte, escolas e prevenção e mitigação de desastres naturais.
O BID também está examinando programas de “dinheiro por trabalho” (cash-for-work), assistência agrícola e projetos de reflorestamento a fim de apoiar os esforços do Haiti para estimular o desenvolvimento econômico fora da capital. “Alguns desses programas oferecem incentivos para que as 700.000 pessoas que saíram de Porto Príncipe depois do terremoto permaneçam nas áreas em que se encontram”, disse Moreno.
Em uma iniciativa para ajudar o setor privado haitiano a impulsionar a atividade econômica e a criação de empregos, o BID também está trabalhando para promover investimentos locais e estrangeiros em novos parques industriais e fábricas de produção têxtil. Além disso, por meio de sua Corporação Interamericana de Investimentos (CII) e do Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN), o BID está apoiando a recuperação de pequenas, médias e microempresas.
O BID também ajudará o Haiti a estabelecer um fundo fiduciário multidoadores e uma comissão interina de reconstrução que controlará o fluxo de ajuda internacional e assegurará que o plano de desenvolvimento nacional seja executado de maneira oportuna e transparente.
O BID é há muito tempo a principal fonte de financiamento de longo prazo para o Haiti. No momento, tem uma carteira ativa de cerca de US$ 700 milhões, dos quais cerca de US$ 330 milhões ainda não foram desembolsados. Aproximadamente 40% do financiamento é direcionado a projetos de infraestrutura, 20% a agricultura e meio ambiente, 25% a serviços básicos e 15% a governança e construção de capacidade institucional para fortalecer o setor público do país.