Mais de 1.200 empresários e autoridades governamentais reuniram-se na Sexta Cúpula Empresarial China-LAC em Hangzhou, na China
HANGZHOU, China – A China e a América Latina e Caribe (LAC) são duas das regiões de crescimento mais rápido do mundo e por isso precisam expandir o comércio e os investimentos entre si para atender às demandas de sua classe média em expansão, de acordo com as discussões ocorridas durante a Sexta Cúpula Empresarial China-LAC.
Mais de 1.200 empresários e autoridades governamentais de ambas as regiões compareceram ao evento de dois dias com o tema “Transformação do Comércio e do Investimento e Maior Desenvolvimento”.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT) e o Banco Popular da China foram os organizadores da Cúpula, que teve como anfitriã a prefeitura de Hangzhou, um centro histórico de comércio e cultura no delta do Rio Yangtzé, no leste da China.
“Tanto para a China como para a América Latina, a ampliação do comércio traduziu-se em maiores oportunidades, melhora do bem-estar social e expansão da classe média”, disse o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, em seu discurso de abertura. Empresas de ambas as regiões “são capazes de trazer fábricas, empregos e produtos e serviços de alto valor para os mercados mútuos a fim de criar os tipos de empregos e serviços que nossas sociedades, de poder aquisitivo cada vez maior, demandarão na próxima década.”
O comércio entre a China e a América Latina aumentou cerca de 25% ao ano na última década, estimulando um crescimento econômico robusto que criou milhões de novos empregos e tirou milhões de pessoas da pobreza, observou Moreno.
Os participantes, entre eles representantes de 735 empresas chinesas e 390 empresas latino-americanas, aprenderam sobre o grande potencial de expansão do comércio em serviços graças às exposições de executivos de empresas como a gigante do comércio eletrônico Alibaba, que tem sede em Hangzhou, e a líder mexicana em tecnologia da informação Softtek, que mantém operações em 30 locais por todo o mundo.
Os oradores discutiram como criar conexões entre pequenas e médias empresas de ambas as regiões, incorporando-as a cadeiras de abastecimento internacionais. Debateram como fazer um uso sustentável dos recursos naturais para proporcionar alimento e energia e, ao mesmo tempo, preservar os ecossistemas para as gerações futuras. As discussões em painéis trataram das necessidades de infraestrutura para as populações urbanas em rápido crescimento e do desenvolvimento de serviços financeiros eficientes.
O BID e a China
O presidente Moreno apresentou informações atualizadas sobre uma nova plataforma de investimentos de capital que está sendo criada pelo BID e pelo Banco de Importação e Exportação da China. A Plataforma de Investimentos LAC-China, que deve se tornar operacional nos próximos meses, espera captar até US$ 1,8 bilhão com investidores privados, para investimento em médias empresas e em empresas que tenham seu foco em infraestrutura e recursos naturais na América Latina.
A plataforma de investimentos é apenas uma de várias iniciativas conjuntas entre o BID e a China, que se tornou membro acionista do Banco em 2009. Esta semana, o BID assinou um acordo com o Banco Popular da China para explorar coinvestimentos em projetos de desenvolvimento latino-americanos e outro com o CCPIT para continuar a promover o comércio e os investimentos.
Ao agradecer aos anfitriões chineses, Moreno observou que as maiores oportunidades para crescimento na próxima década virão “não do norte industrializado, mas desta vasta nova corrente de investimento e cooperação Sul-Sul”.
O BID também lançou um novo estudo preparado por seu Setor de Integração e Comércio, chamado “Pathways to China: The story of Latin American firms in the Chinese market” (Caminhos para a China: A história de empresas latino-americanas no mercado chinês), que examina estratégias de investimento de 85 empresas da região que alcançaram sucesso na China.
Parcerias
No segundo dia do evento, representantes de empresas da China e da América Latina encontraram-se nas esperadas sessões de “matchmaking” empresarial da Cúpula, que proporcionou mais de 1.300 encontros de clientes e investidores potenciais que foram identificados pelo BID e pelo CCPIT como parcerias prováveis. O evento teve a participação de mais de 130 pequenas e médias empresas da América Latina e quase 400 empresas chinesas, que foram convidadas pelo BID para participar da Cúpula.
Agências de promoção do comércio nacional e subnacional de 25 países latino-americanos, da China e de cinco de suas províncias, além de várias câmaras de comércio e associações setoriais da LAC, foram convidadas a participar classe média de sessões de capacitação e intercâmbio de conhecimentos para melhorar sua capacidade de atrair investimentos e ampliar o comércio.
Fabrizio Opertti, chefe da Unidade de Comércio e Investimentos do BID, observou que “esta representa uma oportunidade única para gerar maior entendimento, cooperação e, em consequência, comércio e investimentos entre duas das regiões mais dinâmicas do mundo”.