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América Latina supera impacto comercial da pandemia

O valor das exportações da América Latina cresceu 8,9 por cento no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior, consolidando uma mudança de tendência após a contração causada pela pandemia de Covid-19, conforme relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A queda no valor das vendas externas em 2020 foi de 9,0 por cento.

As exportações deverão continuar a crescer nos próximos meses, segundo a última edição da série Estimativas das Tendências Comerciais da América Latina e do Caribe, que analisa o desempenho comercial de 18 países da região. No entanto, a recuperação ainda é frágil, visto que foi impulsionada exclusivamente pelo aumento dos preços de exportação.

"A pandemia continuará a afetar os mercados domésticos nos próximos meses", disse Paolo Giordano, Economista Principal do Setor de Integração e Comércio do BID e coordenador do estudo. "Importar crescimento do resto do mundo por meio do comércio será fundamental para superar a pior crise econômica do último século."

A recuperação responde à melhora dos preços de exportação, enquanto os fluxos reais continuaram a cair. No primeiro trimestre de 2021, o volume das vendas externas da América Latina registrou uma queda estimada de 2,2 por cento em relação ao mesmo período em 2020, após um declínio de 7,8 por cento no ano anterior. No entanto, algum aumento vem sendo observado em vários países da região desde março.

As exportações da América Latina para a China cresceram 34,7 por cento no primeiro trimestre em relação ao mesmo período no ano anterior. A exportações para os Estados Unidos e a União Europeia também aumentaram, embora a uma taxa mais lenta de 3,9 e 4,0 por cento, respectivamente. Por sua vez, as compras intrarregionais da América Latina registraram uma recuperação de 11,6 por cento.

Preços de exportação

Nos primeiros quatro meses de 2021, os preços de diversas commodities exportadas pela América Latina se aproximaram de máximas históricas. A tendência de alta no preço dos produtos extrativos foi mais acentuada, particularmente no caso do minério de ferro (93,6 por cento), do cobre (57,9 por cento) e do petróleo (41,7 por cento).  Já os produtos agrícolas apresentaram um desempenho mais variado: soja (60 por cento), açúcar (27 por cento) e café (11,9 por cento).

A recuperação econômica global - impulsionada em parte por estímulos fiscais e monetários massivos em vários países - e a desvalorização do dólar americano tiveram um papel fundamental na evolução dos preços.

Desempenho por região

Estima-se que as exportações tenham crescido 14,4 por cento na América do Sul no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior, seguindo um declínio de 9,5 por cento em 2020. Essa sub-região foi particularmente beneficiada pelo aumento de demanda da China.  

TavelaApós uma queda de 8,5 por cento em 2020, as exportações da Mesoamérica registraram um aumento estimado de 4,0 por cento no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior.  No México, a recuperação dos valores exportados foi moderada, com um aumento das vendas externas de 3,1 por cento em janeiro-março de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. Por sua vez, as exportações da América Central cresceram 11,3 por cento nesses meses. Os Estados Unidos responderam por dois terços do aumento total das exportações mesoamericanas, embora as exportações para o mercado do norte tenham sido menos dinâmicas do que aquelas destinadas a outras regiões.

As importações totais da América Latina aumentaram 8,7 por cento no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior, após uma contração de 15,1 por cento em 2020.

O relatório foi elaborado pelo Setor de Integração e Comércio do BID e seu Instituto para a Integração da América Latina e do Caribe (INTAL).

Contato de Imprensa

Bachelet,Pablo A.

Bachelet,Pablo A.

Cavelier,Andres

Cavelier,Andres
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