Uma iniciativa para compensar as emissões de carbono que resultarão da realização da Reunião Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento em Belo Horizonte, Brasil, nos dias 3 a 5 de abril, beneficiará agricultores de baixa renda de uma comunidade rural do estado de Tocantins.
O Banco adquirirá 11.000 Reduções Verificadas de Emissões (RVE) do Instituto Ecológica, uma organização não-governamental brasileira, por meio de uma firma internacional de corretagem ambiental, a CO2e. Os recursos financiarão um projeto destinado a substituir o uso de combustíveis fósseis por biodiesel na ilha do Bananal, no estado de Tocantins. O biodiesel alimentará bombas hidráulicas para irrigação em pequena escala, tração para sistemas agroflorestais e produção de energia para pequenos agricultores. A duração do projeto será de quatro anos.
A iniciativa do BID visa compensar as emissões de carbono pelas quais serão responsáveis os 9.000 participantes da Reunião Anual da Assembléia de Governadores do BID/CII, o que resultará na primeira reunião neutra em emissão de carbono realizada por um banco multilateral. As emissões são calculadas com base nos deslocamentos locais e de longa distância de cada participante, bem como nas acomodações e nos locais da conferência. A reunião anual deste ano deverá gerar o equivalente a cerca de 11.000 toneladas de carbono.
“Estamos comprometidos em fazer tudo que pudermos para enfrentar a questão da mudança climática na região e propiciar oportunidades de desenvolvimento sustentável às comunidades locais”, declarou o Presidente do BID, Luis Alberto Moreno. “Esperamos aplicar o mesmo conceito a outras atividades do Banco.”
A instituição está ciente de que o aumento do nível do mar, a elevação da temperatura da água e o descongelamento das geleiras representam um sério risco para a agricultura, a energia, a pesca e o setor de turismo, e especialmente para o bem-estar das comunidades na América Latina e no Caribe.
A meta de uma Reunião Anual neutra em emissões de carbono apóia os objetivos da recém-aprovada Política Ambiental e de Observância de Salvaguardas do BID, que promove a redução e o controle das emissões de gases de efeito estufa. A iniciativa de compensação de carbono é um exemplo do compromisso do Banco com o combate à mudança climática na região, com enfoque na mitigação dos gases de efeito estufa, na energia renovável e na eficiência energética, conforme determina o Plano de Ação para Energia Renovável, Eficiência Energética, Mitigação de Gases de Efeito Estufa e “Financiamento de Carbono”, aprovado pela Diretoria do BID em 2005.
O Banco reconhece que muitos projetos sustentáveis no plano local necessitam de apoio financeiro. Moedas fortes decorrentes do financiamento de carbono podem fazer uma grande diferença para esses projetos. Para tanto, o BID adquirirá RVE fora do mercado regulado estabelecido pelo Protocolo de Kyoto, o que permite ao Banco investir em um pequeno projeto que, de outra forma, não poderia prosseguir.
O Instituto Ecológica realizará os estudos de base e de redução de emissões, além de rastrear e monitorar as reduções de emissões no Tocantins. O projeto usará a metodologia e os instrumentos Gold Standard e a metodologia de monitoramento social do carbono e terá suas ações acompanhadas por uma terceira instituição.