• “Estado da Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe 2022” foi lançado durante encontro de alto nível em Brasília
• O evento “O poder dos enfoques multissetoriais para o desenvolvimento do capital humano” reuniu 200 representantes de delegações de mais de 20 países

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) apresentaram um estudo conjunto sobre o estado da alimentação escolar na América Latina e no Caribe, durante um encontro de alto nível realizado em Brasília, que contou com a participação de mais de 20 países.

O informe “Estado da alimentação escolar na América Latina e no Caribe 2022” mostra que esses programas chegam a 80,3 milhões de meninas e meninos em 31 países, o que torna a região a segunda do mundo com o maior número de beneficiados pela alimentação escolar. Além disso, destaca que esses programas têm efeitos positivos comprovados na frequência escolar, aprendizado, saúde e nutrição e ainda geram uma rentabilidade de investimento de até nove dólares por cada dólar investido.

No entanto, persistem desigualdades entre os países de acordo com os recursos disponíveis e dentro dos países em termos de alcance, relevância e qualidade dos programas. Uma das descobertas do relatório indica que nos países de baixa renda, o custo da alimentação escolar chega a US$10 por ano, por criança, enquanto nos países de alta renda, o custo é estimado em US$293.

Diante deste cenário, o estudo levanta a necessidade de expandir e fortalecer a alimentação escolar como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento humano, a recuperação pós-pandemia e a construção de sociedades mais justas e inclusivas.

“Como mostra o estudo, os programas eficazes de alimentação escolar representam um investimento altamente rentável para romper o ciclo de pobreza e desigualdade”, afirmou Morgan Doyle, representante do BID no Brasil.

A diretora global de alimentação escolar do WFP, Carmen Burbano, disse que “em um contexto de vulnerabilidade crescente, estes programas se transformam em políticas fundamentais para reativar sistemas alimentares sustentáveis”.

A publicação busca orientar os governos da região para que cheguem à população mais vulnerável com iniciativas de qualidade, integrais e resilientes.

“O ensino e o aprendizado se tornam muito mais desafiadores quando as crianças estão com fome ou desnutridas”, disse Mercedes Mateo, chefe da Divisão de Educação do BID. "As refeições escolares são uma oportunidade para ajudar a resolver a crise de aprendizagem na América Latina e no Caribe, ao proteger as trajetórias educacionais de milhões de crianças e jovens. Estamos ansiosos para trabalhar com parceiros e governos para fortalecer esses programas”.

Um evento de alto nível para o desenvolvimento do capital humano

O evento “O poder dos enfoques multissetoriais para o desenvolvimento do capital humano”, organizado pelo BID e o WPF e promovido em estreita colaboração com o governo do Brasil, contou com a participação de aproximadamente 200 participantes de governos da América Latina e do Caribe, instituições financeiras internacionais e a Organização das Nações Unidas.

“Este evento de três dias compartilhou soluções exitosas para fortalecer nossos sistemas de proteção social para que as pessoas possam alcançar seu potencial máximo. Agradecemos ao governo do Brasil por sua participação neste evento e por ser um líder global na cooperação Sul-Sul”, disse Lola Castro, diretora regional para América Latina e Caribe do WFP.

Durante as conversas de alto nível, os participantes concordaram que é necessário impulsionar enfoques multissetoriais que vinculem educação, segurança alimentar e nutrição, para criar sociedades mais equitativas.

O evento contou com a participação de membros da Coalizão de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe, incluindo delegações da França e da Finlândia. Os resultados serão apresentados na Cúpula Global da Coalizão de Alimentação escolar, que será realizada em outubro deste ano, em Paris.