BID aprova financiamento ao Banco do Brasil para bioeconomia e infraestrutura sustentável na Amazônia

WASHINGTON - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou um pacote de financiamento de US$250 milhões (R$1,38 bilhão)* para apoiar o Programa BB Amazônia, uma iniciativa conjunta com o Banco do Brasil (BB) voltada à promoção de negócios da bioeconomia e à expansão da infraestrutura sustentável dessas cadeias na Amazônia Legal brasileira.

O pacote inclui um empréstimo de US$ 175 milhões do BID e outro de US$75 milhões do Fundo Verde para o Clima (GCF na sigla em inglês). O programa ampliará o acesso ao crédito para pequenos bioempreendimentos locais ao longo das cadeias de valor da bioeconomia, bem como para projetos de infraestrutura sustentável focados em energia renovável e conectividade digital.

Espera-se que até 11.700 micro, pequenas e médias empresas, produtores, empreendedores, agricultores familiares, cooperativas e empreendimentos comunitários se beneficiem do programa.

Aprovado pelo Conselho de Diretores Executivos do BID, o pacote faz parte do programa Amazônia Sempre — a estratégia regional do BID para ampliar o financiamento ao desenvolvimento sustentável, inclusivo e resiliente na Amazônia, tendo a bioeconomia como um de seus pilares centrais.

A iniciativa busca reduzir barreiras históricas de financiamento enfrentadas por micro, pequenas e médias empresas, cooperativas produtivas, agricultores familiares, negócios liderados por mulheres e populações tradicionais. Ao investir em modelos de negócios sustentáveis e compatíveis com a floresta, o BB Amazônia contribuirá diretamente para a conservação e restauração do bioma amazônico, geração de renda e fortalecimento das cadeias de valor locais.

Espera-se que o programa aumente a capacidade de investimento dos beneficiários ao aliviar restrições de crédito. Dado o papel central desses negócios na bioeconomia, o programa contribuirá para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal brasileira.

Entre os resultados esperados estão o aumento do acesso ao crédito para o desenvolvimento produtivo de bioempreendimentos, a expansão da capacidade de geração de energia renovável distribuída entre diferentes comunidades e a melhoria da conectividade digital em regiões da Amazônia com baixa cobertura. Assim, o programa contribuirá diretamente para as metas brasileiras de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

O programa também prevê alocação específica de recursos para bioempreendimentos liderados por mulheres e apoiará o desenvolvimento de um plano de ação para ampliar o acesso ao crédito por populações tradicionais, promovendo a inclusão financeira de grupos historicamente marginalizados.

Além do empréstimo, o pacote de financiamento inclui uma subvenção de US$8,8 milhões do BID-GCF para apoiar a implementação de um mecanismo de cobertura de perdas que permitirá ao BB ampliar o crédito para bioempreendimentos com maior risco.

O programa aproveitará a ampla presença do BB na região amazônica, especialmente através do Hub de Bioeconomia do BB, lançado em 2024, que coordena a oferta de serviços financeiros e assistência técnica aos bioempreendimentos. O Hub conta atualmente com apoio de uma Cooperação Técnica BID-GCF em execução e será fundamental para o sucesso do programa.

A operação reforça a parceria estratégica entre o BID e o Banco do Brasil no apoio a soluções econômicas que conciliam desenvolvimento e conservação na Amazônia Legal brasileira.

O empréstimo de US$175 milhões do BID tem prazo de 25 anos, com carência de 5,5 anos e taxa de juros atrelada à SOFR (Secured Overnight Financing Rate). Já o empréstimo de US$75 milhões tem prazo de amortização de 20 anos, carência de 5,5 anos e taxa de juros fixa de 0,75%.

*Cotação do dólar comercial de 18 de junho, para referência.