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Como os dados podem contribuir para a formulação de políticas públicas de mercado de trabalho mais eficientes

Análise Econômica Como os dados podem contribuir para a formulação de políticas públicas de mercado de trabalho mais eficientes Plataforma reúne dados sobre o mercado de trabalho no Brasil, auxiliando na tomada de decisão sobre políticas públicas Dez 22, 2025
homem olhando para tela de computador
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Resumo
  • Painel de Indicadores da Rede de Observatório do Trabalho faz a ponte entre informação e ação para responder aos desafios do mercado de trabalho de forma mais eficiente.
  • Plataforma reúne dados públicos sobre população em idade ativa, taxa de desemprego, rendimento médio, qualificação profissional e muitos outros.
  • Gráficos e tabelas consolidam os indicadores de forma intuitiva, facilitando a compreensão, e permitindo recortes e combinações para uma análise mais qualificada.

O acesso a dados é essencial para a formulação de políticas públicas eficazes, o direcionamento de investimentos e a implementação de ações voltadas à inclusão produtiva. No entanto, nem sempre essas informações estão disponíveis de maneira acessível ou são combinadas de forma a permitir comparações úteis e práticas para a tomada de decisão.
 

O Brasil dispõe de uma vasta gama de dados sobre o mercado de trabalho, mas esses dados estão distribuídos entre diferentes plataformas e sua compreensão pode ser complexa para quem não tem conhecimento técnico especializado. Como resposta a essa necessidade, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) desenvolveu, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Painel de Indicadores da Rede de Observatórios do Trabalho. 
 

A ferramenta se alimenta de fontes como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), ambos do MTE. Entre os indicadores disponíveis estão população em idade ativa, taxa de desemprego, estrutura do emprego formal, perfil dos trabalhadores por conta própria, qualificação profissional, rendimento médio e rotatividade, entre outros. 
 

Seu grande diferencial é justamente a forma como os dados públicos são consolidados em gráficos e tabelas, com filtros por gênero, faixa etária, raça, escolaridade e setor de atividade, além de recortes territoriais que permitem, por exemplo, avaliar se uma capital ou município apresenta taxas de informalidade acima da média do estado ou do país. 
 

Além disso, há funcionalidades como glossário de indicadores, descrições metodológicas detalhadas e áreas de informações integradas aos gráficos, garantindo uma navegação intuitiva, transparente e confiável. A plataforma disponibiliza mais de 230 tipos de visualizações e será continuamente atualizada pelo MTE com os dados mais recentes das fontes oficiais.

Impactos devem ir além do campo técnico

Poucos meses após seu lançamento, o Painel de Indicadores da Rede de Observatórios do Trabalho já está se tornando uma referência na agenda nacional de emprego. Apresentado em fóruns interministeriais e acadêmicos e em encontros com governos subnacionais, já conta com mais de 1.000 usuários registrados e tem atraído a atenção também de gestores da área de educação, que veem a ferramenta como auxiliar na vinculação entre formação e empregabilidade.

De fato, ao tornar os dados mais compreensíveis e acessíveis, o Painel se posiciona como uma ponte entre informação e ação, já que amplia a utilidade prática dos dados e oferece subsídios concretos para o desenho de diagnósticos e a formulação de políticas que enfrentem os desafios do mercado de trabalho com mais eficácia. 

Para governos estaduais e municipais, isso significa contar com uma ferramenta robusta para monitorar indicadores, corrigir distorções e planejar programas voltados a públicos e necessidades específicas. E gestores e analistas técnicos de diferentes níveis de governo poderão compreender melhor as dinâmicas do trabalho no Brasil e converter esse conhecimento em resultados tangíveis para a população. 

Isso porque os gráficos não apenas ilustram tendências, como também evidenciam disparidades estruturais entre diferentes grupos sociais – um recurso essencial para orientar políticas públicas com foco em educação, qualificação profissional e inclusão produtiva. Com esse tipo de abordagem, a plataforma se transforma em um instrumento estratégico para uma gestão pública baseada em dados e oferece um ponto de partida mais qualificado para a construção de políticas com maior impacto. 

Além de profissionais envolvidos com a formulação de políticas públicas, a navegação amigável e os recursos visuais interativos atendem também outros públicos como pesquisadores, jornalistas, organizações da sociedade civil e o setor produtivo, que podem ter acesso facilitado a essa ampla gama de informações. 

Papel do BID no aprimoramento da análise de evidências

Ao apoiar iniciativas como essa, o BID reafirma seu papel como parceiro na construção de soluções inovadoras para os desafios sociais e econômicos não apenas no contexto brasileiro, mas também de outros países da América Latina e do Caribe. O modelo do Painel pode ser replicado em outros contextos, passando a integrar os sistemas de informação laboral, e pode ser adaptado para novas áreas temáticas, como educação ou seguridade social. 

Por meio de iniciativas que unem inovação, tecnologia e conhecimento para orientar políticas públicas, o BID disponibiliza capacidade técnica, analítica e articuladora para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes, transparentes e voltadas à inclusão produtiva, apoiando atores dispostos a desenvolver ou potencializar ações que tenham o mesmo propósito. 

Confira aqui todas as informações e dados do Painel de Indicadores da Rede de Observatórios do Trabalho.

Também contribuíram para o texto Laísa Rachter – especialista da Divisão de Gênero e Diversidade do BID e Augusto Albuquerque – economista, consultor externo de produto da equipe de Proteção Social e Mercado de Trabalho do BID.

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